Assunção Cristas escreve aos militantes a dar explicações e a denunciar “mentiras”

A carta foi escrita em jeito de pergunta e resposta para esclarecer a posição do partido sobre os professores.

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Assunção Cristas quis dar explicações aos militantes sobre as carreiras dos professores daniel rocha

A líder do CDS-PP escreveu uma carta ao militantes e enviou-a por e-mail para dar explicações sobre a posição do partido em torno da questão dos professores e para denunciar “mentiras que correm”.

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A líder do CDS-PP escreveu uma carta ao militantes e enviou-a por e-mail para dar explicações sobre a posição do partido em torno da questão dos professores e para denunciar “mentiras que correm”.

Na carta, dividida em subtítulos, Assunção Cristas tenta esclarecer o que “propôs” o CDS-PP sobre a recuperação salarial do descongelamento de carreiras, o que o partido “chumbou”, o que “já tinha sido aprovado pelo Governo socialista” e o que “mudou com a votação” na comissão parlamentar de educação de quinta-feira.

Num último subtítulo – “as mentiras que correm” – a líder do CDS tenta contrariar um dos argumentos que poderia ser mais negativo para o partido – o de que foi o voto dos centristas que aprovou o “pagamento” de mais de nove anos de tempo de carreira congelado aos professores. “É verdade que o CDS aprovou o pagamento aos professores? É mentira. O CDS chumbou as propostas do Bloco e do PCP da garantia do pagamento dos 9 anos 4 meses e 18 dias, nos próximos anos”, lê-se no texto.

Outro dos argumentos esgrimidos pelos socialistas é o de que as propostas aprovadas implicam encargos já neste Orçamento do Estado em vigor. “A votação de ontem [quinta-feira] traz encargos para este Orçamento do Estado? É mentira. Não resulta de ontem nenhum encargo além do que este Governo já aprovou. Uma coisa é o tempo do congelamento, outra, diferente, é o pagamento”, assinala o texto. Assunção Cristas também diz ser uma “mentira” que o CDS tenha actuado com “irresponsabilidade orçamental”, lembrando que sempre exigiu ao Governo os números do impacto financeiro da medida: “Só agora o Governo diz que são 800 milhões de euros sem explicar como”.

A líder do CDS-PP recusa ainda que a votação tenha sido uma “cedência aos sindicatos dos professores”, argumentando que o partido chumbou a proposta do pagamento “faseado” como propunham BE e PCP.

Por último, é lançada uma pergunta: “Está António Costa a dizer a verdade?”. A resposta é dada com outra pergunta: “Depois de quatro anos deste Governo, depois das promessas quebradas, das de um ministro das Finanças que diz uma coisa em Portugal e outra em Bruxelas, acha que esta farsa, desmentida por todos os outros partidos, ainda é credível?”.

Assunção Cristas acaba a semana a dar explicações aos seus militantes depois de não ter secundado a posição do seu vice-presidente Nuno Melo sobre o Vox e de ter de desautorizar uma proposta do partido para pintar com as cores do arco-íris passadeiras em Lisboa como forma de assinalar o Dia Internacional da luta contra a Homofobia e Transfobia. É caso para dizer que foi uma semana horribilis para a líder do CDS-PP.