Um momento de publicação independente: Poorly Drawn Stories and Mistold Drawings
Fanzines, edições de autor, livros de artista — nesta rubrica queremos falar de publicação independente. Chegou a vez de Pedro Baraona, de 28 anos, autor de Poorly Drawn Stories and Mistold Drawings. O próximo podes ser tu.
Apresenta-nos o teu fanzine.
Poorly Drawn Stories and Mistold Drawings, um fanzine feito entre Cascais e as Caldas da Rainha, lançado em Fevereiro de 2019. O herói das histórias é o autor — baseiam-se na minha vida.
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Apresenta-nos o teu fanzine.
Poorly Drawn Stories and Mistold Drawings, um fanzine feito entre Cascais e as Caldas da Rainha, lançado em Fevereiro de 2019. O herói das histórias é o autor — baseiam-se na minha vida.
Quem são os autores?
Fui eu que criei o argumento. O desenho foi completamento refeito, não por mim, mas sim pela minha tia Isabel Baraona. Comecei a fazer fanzines durante o Erasmus como diversão. Mas até há pouco tempo nunca tinha pensado em desenvolver um projecto a partir das minhas histórias.
Este fanzine acabou por ir surgindo: respondi a um email da minha tia, sobre sugestões de workshops de ilustração (ela sempre soube que eu gosto de banda desenhada e afins), com um esboço. Entretanto, sempre que lhe respondia ou enviava emails, mandava sempre novos desenhos e histórias. Ao fim de alguns emails, ela começou a desenhar as minhas histórias e deu para perceber que se podia fazer alguma coisa de jeito. Foi através do gosto e do entusiasmo partilhado que o fanzine nasceu e se desenvolveu. Foi um desafio cómico fazê-la com outra pessoa a (re)desenhar, que por vezes estava longe.
Do que quiseste falar?
Não quis falar sobre nada em concreto. Juntei apenas algumas histórias sobre alguns pontos da minha vida e tentei dar uma sequência que fizesse o mínimo de sentido e que ajudasse a dar piada. Pelo menos neste primeiro fanzine… no entanto, penso que há histórias que combinam sentimentos e situações transversais a jovens como eu (e não só).
Questões técnicas: quais os materiais usados, quantas páginas tem, qual a tiragem e que cores foram utilizadas?
Não foi nada por aí além: papel e tinta-da-china. São 44 páginas (capa e contracapa incluídas) a preto e branco. Foram impressas 50 unidades em Fevereiro, quando saiu, e neste momento restam 19.
Onde está à venda e qual o preço?
Não está à venda em nenhum local físico, por agora. Uso as redes sociais para divulgar entre amigos, amigos de amigos, por aí fora. Custa 8 euros (fora os portes de envio).
Porquê fazer e lançar fanzines hoje em dia?
Acho que produzir fanzines depende do que a pessoa gosta. Eu sempre gostei de banda desenhada, divirto-me. É motivo suficiente para mim. É uma forma de expressão interessante e útil, especialmente se és tímido, criar personagens e encontrar formas de passar uma mensagem ou simplesmente fazer rir. No meu caso, acabo sempre por me rir das histórias. Para mim lançar um fanzine é premiar e valorizar a criatividade e vontade em algo que pode ser visto, sentido, folheado e partilhado... Folhear e partilhar — até ganhas entusiasmo para fazer mais! É um pedaço de ti.
Recomenda-nos uma edição de autor recente lançada em Portugal.
Aos poucos vou conhecendo fanzines nacionais. A última que vi e que posso sugerir é do Tiago Baptista, Imagem Viagem (2016).