Santos Silva sobre demissão do Governo: “É preciso esperar. O processo ainda está em curso”
Ministro dos Negócios Estrangeiros ataca PCP e BE. Admite recorrer ao Constitucional. E avisa que o país está em risco de voltar a ser “governado pela demagogia”?
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, criticou esta sexta-feira, em entrevista à TSF, o PCP e o BE por terem aprovado a reposição integral dos anos de carreira dos professores congelados no passado e, sobre a ponderação de demissão por parte do Governo, que está reunido a esta hora, respondeu: “É preciso esperar, o processo ainda está em curso na Assembleia”.
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O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, criticou esta sexta-feira, em entrevista à TSF, o PCP e o BE por terem aprovado a reposição integral dos anos de carreira dos professores congelados no passado e, sobre a ponderação de demissão por parte do Governo, que está reunido a esta hora, respondeu: “É preciso esperar, o processo ainda está em curso na Assembleia”.
Ontem, PCP, BE, PSD e CDS aprovaram a devolução dos nove anos de serviço congelados aos professores na comissão de Educação. A votação ainda terá que ter lugar em plenário da Assembleia da República, daí Santos Silva referir que o processo não está consumado.
“Foi uma enorme irresponsabilidade. O Governo não pode conduzir a sua responsabilidade orçamental na base de decisões que contrariam o Tratado Orçamental”, criticou esta manhã, insistindo que a reposição do tempo de serviço congelado implicaria um aumento “absolutamente brutal” da despesa permanente, “na ordem das muitas centenas de milhões por ano”. E avisou que o país está em risco de voltar a ser “governado pela demagogia”.
Segundo o ministro, a votação foi uma “finta” que “fere o espírito da lei-travão”, o que diz ser uma enorme “injustiça”, admitindo um pedido de recurso da decisão na Justiça.
“Os partidos à esquerda do PS não podem criar questões de ingovernabilidade ao Governo que eles próprios apoiam”, disparou sobre PCP e BE. Ao PSD de Rui Rio, fez o aviso de que “o país não pode estar dependente de coligações negativas”.
Portugal não pode estar sempre num “pára, arranca”, deitando fora o “enorme esforço” que foi feito para pôr as contas públicas em ordem, insistiu Augusto Santos Silva.