Ivana Müller desacelera o mundo para que olhemos à nossa volta

Procurando reflectir sobre a relação entre humanidade e natureza, Ivana Müller traz ao D. Maria II, a 4 e 5 de Maio, Conversations Out of Place. Uma peça em slow motion, ecológica, absurda, catastrofista e esperançosa.

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Quatro pessoas estão perdidas numa floresta. E falam, falam, falam, sem que as palavras lhes dêem um rumo. São quatro pessoas e uma planta. A planta não fala. Mas quando começou a trabalhar em Conversations Out of Place, Ivana Müller chegou a imaginar que as plantas eram muitas e que falavam. Esse primeiro impulso queria fazer equivaler humanos e vegetação, não deixar que uns pudessem desfilar uma qualquer forma de superioridade em palco. Só que, às tantas, percebeu que essa “humanização” era ridícula e que a única planta colocada em palco, representativa de todas as outras, deveria permanecer silenciosa. Devia simplesmente existir. E assim, sem abrir a boca (que também não tem), sentenciar dois homens e duas mulheres ao absurdo, impecável na sua posição de mera testemunha, não participante.

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Quatro pessoas estão perdidas numa floresta. E falam, falam, falam, sem que as palavras lhes dêem um rumo. São quatro pessoas e uma planta. A planta não fala. Mas quando começou a trabalhar em Conversations Out of Place, Ivana Müller chegou a imaginar que as plantas eram muitas e que falavam. Esse primeiro impulso queria fazer equivaler humanos e vegetação, não deixar que uns pudessem desfilar uma qualquer forma de superioridade em palco. Só que, às tantas, percebeu que essa “humanização” era ridícula e que a única planta colocada em palco, representativa de todas as outras, deveria permanecer silenciosa. Devia simplesmente existir. E assim, sem abrir a boca (que também não tem), sentenciar dois homens e duas mulheres ao absurdo, impecável na sua posição de mera testemunha, não participante.