Está a surgir uma nova forma de produção na indústria
Atualmente, os consumidores não se contentam com produtos fabricados em massa e procuram aqueles que são mais adequados a si próprios. Assim, o cliente final começa a expressar o seu interesse e necessidades logo na fase de criação e de produção do produto que pretende comprar.
A crescente necessidade dos clientes por produtos personalizados, com tempo de mercado cada vez mais reduzido, está a impulsionar alterações significativas na indústria, especialmente na indústria automóvel. Em tempos, assistiu-se a uma transformação na produção, que passou de artesanal para ser em massa, com foco no aumento de volume e eficiência da capacidade produtiva, deixando para segundo plano as flutuações relativas às necessidades do consumidor. Esta é uma visão cada vez mais ultrapassada.
Atualmente, os consumidores não se contentam com produtos fabricados em massa e procuram aqueles que são mais adequados a si próprios. Assim, o cliente final começa a expressar o seu interesse e necessidades logo na fase de criação e de produção do produto que pretende comprar.
A necessidade de individualização pode levar a casos extremos de produtos altamente personalizados, chamados de “batch size one”, e a indústria terá que ser capaz de os fabricar com a rentabilidade económica da produção em massa. Será necessário evoluir para novos conceitos e processos de produção, com sistemas mais flexíveis, ágeis e capazes de lidar com a grande variabilidade de produtos e com reatividade em tempo real. Além da mudança do comportamento do consumidor, também os produtos físicos estão a passar por uma transformação. Os sensores e a conectividade transformam os produtos estanques e não evolutivos em produtos mais inteligentes, tornando-os em plataformas de software, preterindo cada vez mais a sua forma física.
Adicionalmente, o ciclo de vida e de inovação dos produtos está continuamente a diminuir, provocando transformações nas estruturas organizacionais das empresas para que estas possam lidar com o aumento da complexidade.
Na Europa, a Indústria 4.0 está a ser encarada como uma potencial resposta aos novos desafios. Este novo conceito baseia-se na digitalização de processos industriais, na conexão entre equipamentos e em novas interfaces com os seres humanos. Contudo, esta nova etapa industrial não será uma mudança drástica e súbita, mas sim uma evolução que procura alavancar a tecnologia existente e potencial no mercado para melhorar os processos produtivos. É dada especial atenção às tecnologias de informação e comunicação emergentes (TIC), que irão conduzir à convergência do mundo físico com o mundo virtual através do desenvolvimento de sistemas Cyber-físicos (CPS). A implementação desses sistemas leva ao desenvolvimento de ambientes produtivos inteligentes, que irão responder em tempo real a interrupções e falhas do processo. Muitos outros processos, como design de produto, planeamento de produção e engenharia serão virtualmente simulados como módulos independentes e posteriormente conectados consoante os requisitos de produção do momento
No contexto de “fábrica inteligente”, os elementos do sistema de produção estarão conectados, gerando e comunicando uma quantidade enorme de dados que serão posteriormente analisados e utilizados para suportar as tomadas de decisão no decurso das operações. Por sua vez, os produtos serão incorporados com sensores e processadores que contêm informações sobre o seu estado atual e o próximo estado esperado, orientando-se a si próprios através do processo de produção. Pode mesmo afirmar-se que não será mais o equipamento industrial a processar o produto final, mas sim o produto a comunicar com as máquinas para lhes indicar exatamente o que fazer.
Estas transformações vão originar uma mudança organizacional das empresas e, consequentemente, alterações significativas no trabalho em ambientes industriais, com menos tarefas manuais indiferenciadas e mais interação homem-robô, mais aptidão em IT e análise de dados. Uma alteração que se crê bastante significativa é o desenvolvimento contínuo de competências ao longo da vida de trabalho dos colaboradores das empresas. Aqui, a academia tem um papel relevante a desempenhar, devendo estreitar em muito a sua relação com as empresas, para que seja encarada como um parceiro de longa duração e não apenas um fornecedor de mão-de-obra qualificada que termina a sua atuação no final dos cursos académicos ministrados.
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A crescente necessidade dos clientes por produtos personalizados, com tempo de mercado cada vez mais reduzido, está a impulsionar alterações significativas na indústria, especialmente na indústria automóvel. Em tempos, assistiu-se a uma transformação na produção, que passou de artesanal para ser em massa, com foco no aumento de volume e eficiência da capacidade produtiva, deixando para segundo plano as flutuações relativas às necessidades do consumidor. Esta é uma visão cada vez mais ultrapassada.
Atualmente, os consumidores não se contentam com produtos fabricados em massa e procuram aqueles que são mais adequados a si próprios. Assim, o cliente final começa a expressar o seu interesse e necessidades logo na fase de criação e de produção do produto que pretende comprar.
A necessidade de individualização pode levar a casos extremos de produtos altamente personalizados, chamados de “batch size one”, e a indústria terá que ser capaz de os fabricar com a rentabilidade económica da produção em massa. Será necessário evoluir para novos conceitos e processos de produção, com sistemas mais flexíveis, ágeis e capazes de lidar com a grande variabilidade de produtos e com reatividade em tempo real. Além da mudança do comportamento do consumidor, também os produtos físicos estão a passar por uma transformação. Os sensores e a conectividade transformam os produtos estanques e não evolutivos em produtos mais inteligentes, tornando-os em plataformas de software, preterindo cada vez mais a sua forma física.
Adicionalmente, o ciclo de vida e de inovação dos produtos está continuamente a diminuir, provocando transformações nas estruturas organizacionais das empresas para que estas possam lidar com o aumento da complexidade.
Na Europa, a Indústria 4.0 está a ser encarada como uma potencial resposta aos novos desafios. Este novo conceito baseia-se na digitalização de processos industriais, na conexão entre equipamentos e em novas interfaces com os seres humanos. Contudo, esta nova etapa industrial não será uma mudança drástica e súbita, mas sim uma evolução que procura alavancar a tecnologia existente e potencial no mercado para melhorar os processos produtivos. É dada especial atenção às tecnologias de informação e comunicação emergentes (TIC), que irão conduzir à convergência do mundo físico com o mundo virtual através do desenvolvimento de sistemas Cyber-físicos (CPS). A implementação desses sistemas leva ao desenvolvimento de ambientes produtivos inteligentes, que irão responder em tempo real a interrupções e falhas do processo. Muitos outros processos, como design de produto, planeamento de produção e engenharia serão virtualmente simulados como módulos independentes e posteriormente conectados consoante os requisitos de produção do momento
No contexto de “fábrica inteligente”, os elementos do sistema de produção estarão conectados, gerando e comunicando uma quantidade enorme de dados que serão posteriormente analisados e utilizados para suportar as tomadas de decisão no decurso das operações. Por sua vez, os produtos serão incorporados com sensores e processadores que contêm informações sobre o seu estado atual e o próximo estado esperado, orientando-se a si próprios através do processo de produção. Pode mesmo afirmar-se que não será mais o equipamento industrial a processar o produto final, mas sim o produto a comunicar com as máquinas para lhes indicar exatamente o que fazer.
Estas transformações vão originar uma mudança organizacional das empresas e, consequentemente, alterações significativas no trabalho em ambientes industriais, com menos tarefas manuais indiferenciadas e mais interação homem-robô, mais aptidão em IT e análise de dados. Uma alteração que se crê bastante significativa é o desenvolvimento contínuo de competências ao longo da vida de trabalho dos colaboradores das empresas. Aqui, a academia tem um papel relevante a desempenhar, devendo estreitar em muito a sua relação com as empresas, para que seja encarada como um parceiro de longa duração e não apenas um fornecedor de mão-de-obra qualificada que termina a sua atuação no final dos cursos académicos ministrados.
Gisela Garcia participa na conferência Academia Meets Auto-Industry, iniciativa promovida pelo Técnico Lisboa – Instituto Superior Técnico (IST) e pela Mobinov (cluster do setor automóvel), a 16 e 17 de maio, em Lisboa
A autora escreve segundo o novo Acordo Ortográfico