Economia, natalidade e protecção civil no manifesto do PSD para as europeias
Rui Rio defendeu a reforma monetária e económica, a elaboração de uma estratégia de promoção da natalidade e a criação de uma força europeia de protecção civil, durante a apresentação do programa do partido para as eleições europeias.
A economia, a natalidade e a protecção civil integram a lista de prioridades do PSD para os próximos cinco anos do Parlamento Europeu, mas também a luta contra o cancro e a sustentabilidade ambiental, salientou Rui Rio durante a apresentação do manifesto do partido para as eleições de 26 de Maio, perante um auditório lotado por 250 pessoas, no Fórum Braga.
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A economia, a natalidade e a protecção civil integram a lista de prioridades do PSD para os próximos cinco anos do Parlamento Europeu, mas também a luta contra o cancro e a sustentabilidade ambiental, salientou Rui Rio durante a apresentação do manifesto do partido para as eleições de 26 de Maio, perante um auditório lotado por 250 pessoas, no Fórum Braga.
Convicto de que o partido vai ganhar o acto eleitoral – com um “muito bom resultado” – ou, pelo menos, melhorar significativamente face a 2014, quando obteve 27,7%, em coligação com o CDS-PP – o que classificou de “bom resultado” –, o líder social-democrata vincou que a “reforma económica e monetária” da UE é “muito importante para países com uma economia mais débil”, tendo recordado que o crescimento de Portugal foi “muito maior” antes da implementação do euro. Para Rio, o combate à burocracia, o apoio às pequenas e médias empresas e a defesa dos consumidores são também fundamentais no campo económico.
O manifesto eleitoral defende ainda a promoção de uma estratégia para a natalidade, tendo em conta o envelhecimento associado à Europa e a Portugal – o terceiro país mais envelhecido da UE -, e a criação de um Plano Europeu de Luta contra o Cancro, no âmbito do Partido Popular Europeu. Para Rui Rio, ainda há “uma distância de muitos anos” entre o aparecimento do conhecimento científico e a sua aplicação na prática médica.
A criação de uma força europeia de protecção civil esteve também em foco na intervenção do líder social-democrata, em virtude das alterações climáticas, mas também do que considerou ser, em Portugal, a “concentração exageradamente estúpida nas cidades e o abandono do resto do território nacional”.
Além de ter falado no programa, Rui Rio defendeu que o voto no PSD é um “voto de defesa da Europa”, por se tratar de um “partido moderado”, que combate “qualquer espécie de populismo e de nacionalismo” e defende o “projecto de paz” que esteve na origem da UE. Interrogado sobre as declarações do eurodeputado do CDS/PP, Nuno Melo, a darem conta de que o partido espanhol Vox não é de extrema-direita, o presidente do PSD disse, antes da apresentação do programa, que o partido não se enquadra nos valores do PPE, embora não o tenha catalogado de extrema-direita.
A presidência em 2021
O cabeça de lista do PSD às europeias, Paulo Rangel, realçou também que o PSD não “faz ligações” com os partidos que considera de extrema-esquerda ou de extrema-direita e tem um olhar “crítico, exigente, pragmático e realista” sobre a Europa, ao contrário do PS, que, a seu ver, tem uma perspectiva “romântica, utópica e enganadora”.
O eurodeputado preconizou ainda uma Europa “solidária”, “sustentável no ambiente e na economia” e “segura”, capaz de promover “confiança e estabilidade” entre os seus cidadãos. Para a Europa promover essa segurança, Rangel defendeu que deve ter uma política “bem definida” para o acolhimento de refugiados, manter a ligação com a NATO e com o Reino Unido na defesa e rejeitar o exército único, proposto por Emmanuel Macron.
Rangel lembrou, no entanto, que o PSD não tem de estar de acordo em tudo com o PPE, tendo a obrigação de defender a vocação marítima, atlântica e lusófona de Portugal. Para o eurodeputado, as prioridades de Portugal, quando assumir a presidência da UE, em 2021, têm de ser o mar, e a economia que lhe está associada, e África. O político defendeu que a Europa deve olhar para as potencialidades de África e até desenhar uma espécie de Plano Marshall para ajudar a economia do continente.