Praticamente não há alma que hoje em dia não suspire ou lacrimeje pelo estado deplorável a que chegou a democracia mundial, com o crescimento generalizado daquilo a que se chama “os extremismos”. E logo de seguida vem a lista que todos conhecemos, com Trump à cabeça, seguido de Bolsonaro, e depois Órban, Salvini, Farage, a antiga Frente Nacional ou o Vox, e, à esquerda, Tsipras ou o Podemos. Longe de mim querer impedir o queixume, no qual também participo amiúde, mas gostaria de propor uma interpretação alternativa: e se os chamados “extremismos”, tanto à esquerda como à direita, não fossem necessariamente um ataque à democracia, mas antes uma válvula de escape dos próprios sistemas democráticos, que vai permitindo integrar na sua dinâmica o cada vez mais elevado número de descontentes das sociedades ocidentais?
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Praticamente não há alma que hoje em dia não suspire ou lacrimeje pelo estado deplorável a que chegou a democracia mundial, com o crescimento generalizado daquilo a que se chama “os extremismos”. E logo de seguida vem a lista que todos conhecemos, com Trump à cabeça, seguido de Bolsonaro, e depois Órban, Salvini, Farage, a antiga Frente Nacional ou o Vox, e, à esquerda, Tsipras ou o Podemos. Longe de mim querer impedir o queixume, no qual também participo amiúde, mas gostaria de propor uma interpretação alternativa: e se os chamados “extremismos”, tanto à esquerda como à direita, não fossem necessariamente um ataque à democracia, mas antes uma válvula de escape dos próprios sistemas democráticos, que vai permitindo integrar na sua dinâmica o cada vez mais elevado número de descontentes das sociedades ocidentais?