Só há quatro países na Europa sem partidos de extrema-direita eleitos para o Parlamento. Portugal é um deles
O Vox faz eleger 24 deputados para o Parlamento diminuindo o número de países europeus sem a presença da extrema-direita nas assembleias nacionais. Também o Parlamento Europeu se está a preparar para a possibilidade de uma aliança de partidos nacionalistas se tornar na terceira força política europeia.
Com a entrada do Vox no Parlamento espanhol, resultado das eleições de domingo, Portugal, Irlanda, Luxemburgo e Malta passam a ser os únicos países da União Europeia (UE) sem partidos de extrema-direita no Parlamento.
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Com a entrada do Vox no Parlamento espanhol, resultado das eleições de domingo, Portugal, Irlanda, Luxemburgo e Malta passam a ser os únicos países da União Europeia (UE) sem partidos de extrema-direita no Parlamento.
Os resultados mostram que o Vox obteve 24 assentos parlamentares, correspondentes aos 2,5 milhões de votos que conseguiu. O partido constituiu a preferência de 10,2% dos eleitores, transformando-se na quinta força política em Espanha depois destas eleições gerais.
Contados os votos, o PSOE ganhou as eleições e elege 123 deputados no Congresso, o PP – um dos grandes perdedores da noite – passa de 137 deputados para 66, o Cidadãos alcança 57 assentos e o Unidas Podemos 42.
Com o Vox no Parlamento de Espanha - um dos países com maior peso da UE – a extrema-direita europeia já está presente na quase totalidade dos parlamentos nacionais dos Estados-membros da UE e ganha força a menos de um mês das eleições para o Parlamento Europeu, de 23 a 26 de Maio.
Os partidos sob a denominação de extrema-direita são heterogéneos e incluem populistas, nacionalistas, ultraconservadores e até neonazis. O seu crescimento acentuado nos últimos anos deve-se a um cocktail de factores e a crise económica, as migrações, a descrença nos políticos e a desconfiança nas instituições são apenas as mais relevantes.
Sozinhos ou em coligação, os partidos de extrema-direita não só entraram na grande maioria dos Parlamentos nacionais como conseguiram subir ao poder em nove países europeus: governam sozinhos na Polónia, Hungria e República Checa e em coligação em Itália, Áustria, Finlândia, Letónia, Eslováquia e Bulgária.
Além disso, na Dinamarca, o Partido do Povo Dinamarquês dá apoio pontual ao partido do Governo e em França o partido de Marine Le Pen ganha terreno. No Reino Unido, a Câmara dos Comuns não tem qualquer representante da extrema-direita, embora o Partido da Independência do Reino Unido (UKIP) esteja representado na Câmara dos Lordes, onde o lugar é herdado, através de Malcolm Pearson.
A progressão destas forças políticas faz com que a aliança de partidos nacionalistas lançada pelo vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, possa vir a ter 80 eurodeputados e tornar-se a terceira força política no Parlamento Europeu, segundo contas baseadas numa projecção europeia divulgada em meados de Abril em Bruxelas.
Salvini, líder da Liga, anunciou uma união de esforços de partidos nacionalistas após as eleições europeias de 23 a 26 de Maio, com o objectivo de juntar num único grupo político do Parlamento Europeu, a Europa das Nações e das Liberdades (ENF), partidos que actualmente estão noutros grupos ou em grupo nenhum.
Partindo da projecção divulgada pelo Parlamento Europeu, que se baseia em sondagens nacionais, e somando os eurodeputados que os partidos envolvidos podem eleger, a conclusão é que o novo ENF pode chegar aos 80 eurodeputados. Tal número faria do grupo a terceira maior força política no próximo PE, depois do Partido Popular Europeu (PPE, centro-direita), que deverá integrar 180 eurodeputados, e dos Socialistas & Democratas (S&D), com 149.
Notícia corrigida às 16h39: Acrescentou-se informação relativa ao Reino Unido.