O que dá vida ao 25 de Abril em 2019 é nele caberem várias causas para além da celebração da data de 1974. É já uma manifestação internacional, com presença de brasileiros, de catalães, de franceses, de alemães, alguns dos quais vivem em Portugal, e outros são turistas que sabem muito bem o que estão a fazer e não se ficam pelos monumentos nem pelas sardinhas. Quer as cerimónias oficiais, quer as chamadas “comemorações populares”, são interessantes de seguir para além do dilema que mobiliza os jornalistas quando não há mais nada para dizer: quem leva cravo e quem não leva. (De passagem repito que nunca levei cravo na Assembleia, primeiro porque não preciso de mostrar nada, segundo, porque não gosto da flor.) Na Assembleia já assisti a discursos ridículos em que, à direita, houve quem citasse Rosa Luxemburgo, depois de uma consulta apressada à Wikipedia, como tendo feito declarações em 1921, ou seja, dois anos depois de estar morta. E este lado oficial substituía-o muito bem por ver a Assembleia, Governo e autoridades “comemorar” o 25 de Abril com uma obra qualquer que passasse a ser ligada a esta data, um centro de saúde numa zona do interior, uma biblioteca, um jardim, mais uma linha de transportes públicos, etc. Em muitos casos é até mais barato do que as pompas militares e civis desse dia.
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O que dá vida ao 25 de Abril em 2019 é nele caberem várias causas para além da celebração da data de 1974. É já uma manifestação internacional, com presença de brasileiros, de catalães, de franceses, de alemães, alguns dos quais vivem em Portugal, e outros são turistas que sabem muito bem o que estão a fazer e não se ficam pelos monumentos nem pelas sardinhas. Quer as cerimónias oficiais, quer as chamadas “comemorações populares”, são interessantes de seguir para além do dilema que mobiliza os jornalistas quando não há mais nada para dizer: quem leva cravo e quem não leva. (De passagem repito que nunca levei cravo na Assembleia, primeiro porque não preciso de mostrar nada, segundo, porque não gosto da flor.) Na Assembleia já assisti a discursos ridículos em que, à direita, houve quem citasse Rosa Luxemburgo, depois de uma consulta apressada à Wikipedia, como tendo feito declarações em 1921, ou seja, dois anos depois de estar morta. E este lado oficial substituía-o muito bem por ver a Assembleia, Governo e autoridades “comemorar” o 25 de Abril com uma obra qualquer que passasse a ser ligada a esta data, um centro de saúde numa zona do interior, uma biblioteca, um jardim, mais uma linha de transportes públicos, etc. Em muitos casos é até mais barato do que as pompas militares e civis desse dia.