Califórnia: atentado junto a uma sinagoga faz um morto e três feridos

Suspeito escreveu manifesto anti-semita e reconheceu ter-se inspirado no massacre na Nova Zelândia.

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Um homem foi detido para ser interrogado depois de relatos de um tiroteio numa sinagoga na cidade de Poway LUSA/FOCKE STRANGMANN

Pelo menos uma pessoa morreu e três ficaram feridas num atentado na sinagoga de Chabad, em Poway, San Diego, na Califórnia, que estava a celebrar a Páscoa judaica. 

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Pelo menos uma pessoa morreu e três ficaram feridas num atentado na sinagoga de Chabad, em Poway, San Diego, na Califórnia, que estava a celebrar a Páscoa judaica. 

Um homem foi detido para interrogação depois de relatos de um tiroteio, que aconteceu por volta das 11h30 da manhã (19h30 em Lisboa) deste sábado. Segundo o jornal New York Times, o atirador é um homem branco de 19 anos.

Depois de entrar na sinagoga, onde disparou com uma arma semiautomática, o suspeito fugiu e ligou para o 911 (equivalente ao 112 em Portugal) para dizer que estava envolvido no tiroteio, partilhando a localização, disse o chefe da polícia David Nisleit à CNN. O atirador rendeu-se sem mostrar resistência. 

O centro hospitalar de Palomar, em Poway, recebeu uma mulher idosa, que viria a morrer, e outros três feridos ligeiros (uma menina e dois homens), que estão numa condição estável, disse um porta-voz do hospital à CNN.

O autarca de Poway, Steve Vaus, indicou que tudo indicava tratar-se de um “crime de ódio”, uma designação partilhada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dadas as declarações do autor do tiroteio ao entrar na sinagoga.

“Sem ameaças conhecidas, porém com enorme precaução, vamos fazer patrulhas extra nos locais de culto religioso”, disse Nisleit à CNN, chefe da polícia de San Diego, que presta apoio à delegação de Poway.

Inspirou-se na Nova Zelândia

O presumível autor do atentado escreveu um manifesto anti-semita nas redes sociais e reconheceu ter-se inspirado no massacre de 15 de Março, em duas mesquitas de Christchurch, na Nova Zelândia.

Numa conferência de imprensa, o xerife da cidade, William Gore, identificou o suposto atirador como John Earnest, um jovem de 19 anos. Gore adiantou que a “carta aberta” era assinada por uma pessoa com o mesmo nome, na qual reconhecia o ódio pelos judeus e prometia defender a sua raça europeia. O xerife adiantou também que a arma usada por Earnest avariou depois dos primeiros tiros que o suspeito disparou, e que este não tinha antecedentes criminais.

Mais tarde, as autoridades identificaram o rabino como um dos atingidos pelos tiros. O homem foi depois submetido a uma cirurgia para tratar de algumas feriadas nos seus dedos indicadores. Segundo o xerife, os outros dois feridos foram apenas atingidos por estilhaços e encontram-se estáveis.

A conta oficial da polícia local no Twitter pediu também que se respeitasse a privacidade das vítimas e que a população se mantivesse afastada do local do tiroteio, uma vez que a investigação ainda levaria “várias horas”. Além do espaço à volta da sinagoga permanecer isolado durante todo o dia, alguns centros religiosos próximos foram evacuados temporariamente.

Donald Trump deixou “pensamentos e preces para todos os afectados” e elogiou o trabalho da polícia norte-americana no Twitter. 

Este incidente acontece meses depois do tiroteio na sinagoga Tree of Life, em Pittsburgh, na Pensilvânia, que fez 11 mortos. O atirador entregou-se à polícia e o incidente está a ser tratado como um crime de ódio.

De acordo com a comunicação social norte-americana, o atacante foi na altura identificado como Robert Bowers, de 46 anos de idade, que estava armado com uma metralhadora do tipo AR-15 e três revólveres. Terá gritado “todos os judeus têm de morrer” antes de atirar sobre as pessoas que assistiam ao culto religioso do shabbat (reservado à reflexão e tempo com a família), no edifício localizado em Squirrel Hill, um bairro residencial judeu de Pittsburgh.

Notícia actualizada às 10h53. O presumível autor do ataque deixou um manifesto anti-semita nas redes sociais