A Queima das Fitas do Porto vai ter um Ponto Lilás para prevenir violência sexual

Uma estrutura, no recinto da Queima das Fitas do Porto, para ajudar quem se sentir desconfortável, perseguido ou simplesmente desorientado: o Ponto Lilás vai contar com profissionais de organizações que lutam contra a violência sexual.

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Nesta Queima das Fitas do Porto, se te sentires desconfortável, procura o Ponto Lilás, uma estrutura dentro do recinto do Queimódromo (no Parque da Cidade do Porto), na zona de intervenção social, onde vão estar pessoas de diferentes organizações, prontas a “prevenir situações de violência sexual”. Mas, seja por motivos de insegurança, perseguição ou simplesmente para descansar e esperar que os amigos voltem a aparecer, qualquer pessoa é convidada a procurar refúgio neste ponto seguro, caso sinta necessidade.

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Nesta Queima das Fitas do Porto, se te sentires desconfortável, procura o Ponto Lilás, uma estrutura dentro do recinto do Queimódromo (no Parque da Cidade do Porto), na zona de intervenção social, onde vão estar pessoas de diferentes organizações, prontas a “prevenir situações de violência sexual”. Mas, seja por motivos de insegurança, perseguição ou simplesmente para descansar e esperar que os amigos voltem a aparecer, qualquer pessoa é convidada a procurar refúgio neste ponto seguro, caso sinta necessidade.

O Ponto Lilás “vai ser composto por uma equipa de pessoas com experiência nos temas da violência de género, mais especificamente da violência sexual e do namoro”, explica Cristiana Vale Pires, pós-doutoranda na Universidade Católica do Porto e membro da Kosmicare, uma das organizações envolvidas na criação do Ponto Lilás. Mas há mais: o Sexism Free Night (projecto da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica do Porto), Uni+, Eir Porto e Associação Plano i foram as associações que se aliaram e desafiaram a Federação Académica do Porto (FAP) a criar um “quarto seguro" para os estudantes durante a Queima, que acontece de 6 a 11 de Maio.

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Além do “acompanhamento e encaminhamento” dado a quem lá procurar ajuda, as organizações vão também fazer campanhas de sensibilização: cartazes afixados nos autocarros da STCP e distribuição de material informativo sobre “violência sexual em ambientes de lazer nocturno” são algumas das acções planeadas para este evento onde “o consumo de álcool e a procura por interacção sexual é excessiva e intensa”. Espalhados por todo o recinto vão estar também “alguns postos com acções de sensibilização” para a responsabilidade social, assegura João Pedro Videira, presidente da FAP.

“Normalmente, [a Queima das Fitas] está associada a uma parte mais recreativa. Neste contexto é muito importante que façamos prevenção de comportamentos de risco, de situações menos favoráveis”, refere João Pedro Videira. O presidente da FAP garante que não têm havido situações graves no que diz respeito a abusos sexuais nas semanas académicas de anos anteriores, apesar dos casos que mereceram “destaque mediático”. “Há uma maior consciencialização da nossa geração e as acções de sensibilização que vão sendo feitas levam a um maior despertar das pessoas que, por si só, tentam combater essas situações individualmente”, acredita. E deixa um desejo: “Que, este ano, as coisas se mantenham no mesmo registo.”

Pela primeira vez em Portugal, o Ponto Lilás vai estar também no Nos Primavera Sound. Em Espanha, o projecto já teve actuação em “festas populares, festivais ou eventos académicos”, mas as organizações espanholas ainda “estão a tentar perceber como podem melhorar a intervenção”, refere Cristiana Vale Pires. A lógica é a mesma: “Sensibilizar e educar para a igualdade de género e desnormalizar alguns comportamentos que estão normalizados em ambientes nocturnos.” Sempre em conjunto com as equipas médicas e de segurança, “importantes actores na sinalização de casos”, para que também eles estejam alerta e possam agir quando recebem uma denúncia — em vez de “ridicularizá-la”.