Ouvir os sons da censura às escuras, na antiga sala dos censores

O documentário sonoro No Escuro e à Escuta dá-nos a ouvir os sons da censura, nos 45 anos do 25 de Abril. Diariamente na sala Rank do São Jorge, em Lisboa, até dia 28.

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A sala Rank, onde os censores viam (e mandavam cortar) os filmes JOSÉ FARDE

A primeira coisa que se ouve, quando as luzes se apagam, é o título, No Escuro e à Escuta, dito pela própria realizadora, Sofia Saldanha. E depois isto: “Eu nem proibi nem deixei de proibir, disse que aquilo que não chega, não lhe pus o visto; de maneira que… Mas se quiser eu digo para o jornal que proíbo.” A sala é pequena, apenas 21 lugares, e era ali que se fazia o “visionamento prévio” de filmes durante o Estado Novo. Agora o que se ouve, de luzes apagadas, já que se trata de um documentário sonoro, são sons e fragmentos relacionados com a censura, instituída oficialmente em 1933 (com serviços montados) mas que já se exercia desde o início da ditadura onde pontificou Salazar.

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A primeira coisa que se ouve, quando as luzes se apagam, é o título, No Escuro e à Escuta, dito pela própria realizadora, Sofia Saldanha. E depois isto: “Eu nem proibi nem deixei de proibir, disse que aquilo que não chega, não lhe pus o visto; de maneira que… Mas se quiser eu digo para o jornal que proíbo.” A sala é pequena, apenas 21 lugares, e era ali que se fazia o “visionamento prévio” de filmes durante o Estado Novo. Agora o que se ouve, de luzes apagadas, já que se trata de um documentário sonoro, são sons e fragmentos relacionados com a censura, instituída oficialmente em 1933 (com serviços montados) mas que já se exercia desde o início da ditadura onde pontificou Salazar.