Quando o jornalismo musical inglês apanhou o futuro

A Hidden Landscape Once a Week é uma antologia de textos em que se revisitam memórias e se reexaminam as experiências de personagens que, entre os anos 60 e 80 do século XX, marcaram a imprensa musical britânica. Em busca dos reflexos que o passado nos deixou.

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David Tonge/Getty Images

New Musical Express, Melody Maker, Sounds, Smash Hits. Na memória de muitos daqueles que visitaram a loja Tema, nos Restauradores, em Lisboa, ainda permanecerão palavras e imagens destas publicações inglesas. Livres da cupidez do mainstream e da autoridade fria da cultura literária, elas permitiram imaginar um horizonte novo: o de uma comunidade reunida à volta da música pop, tão desejosa de a receber como de a pensar. Essa terá sido a utopia que a imprensa musical do Reino Unidos ofereceu aos seus leitores, sugerindo laços culturais de pertença, encurtando distâncias para outros centros, ousando até sonhar com outro tipo de jornalismo e escrita jornalística. Enquanto isso, em Londres, nas redacções desses títulos, no espaço que editores, críticos e jornalistas disputavam, desenrolava-se uma história da qual apenas chegaram ecos, sinais, rumores  É precisamente nessa história que mergulha Hidden Landscape Once a Week, a muito aguardada antologia, organizada pelo crítico inglês Mark Sinker, de memórias, entrevistas, pequeno ensaios e conversas (estas, transcritas de painéis dedicados ao tema e realizados em 2015 na Universidade de Birkbeck, em Londres)