Sérgio Moro responde a Sócrates: “Não debato com criminosos pela televisão”

Na segunda-feira, José Sócrates disse que considerava o ministro da justiça brasileiro “um activista político disfarçado de juiz”.

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José Sócrates disse que considerava Sérgio Moro “um activista político disfarçado de juiz” Reuters/UESLEI MARCELINO

Depois de o antigo primeiro-ministro José Sócrates ter dito que considerava Sérgio Moro “um activista político disfarçado de juiz”, é altura do ministro da justiça de Bolsonaro e juiz da Operação Lava-Jato responder: “Em relação à pessoa em particular, eu não debato com criminosos pela televisão”.

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Depois de o antigo primeiro-ministro José Sócrates ter dito que considerava Sérgio Moro “um activista político disfarçado de juiz”, é altura do ministro da justiça de Bolsonaro e juiz da Operação Lava-Jato responder: “Em relação à pessoa em particular, eu não debato com criminosos pela televisão”.

Em entrevista à RecordTV Europa, exibida, nesta terça-feira, no programa “Fala Portugal”, Sérgio Moro promete “não fazer mais comentários”. Ainda assim, reconhece que “em todo o lugar do mundo é difícil lidar com esses crimes de grande corrupção, que envolvem pessoas poderosas” e considera que “todos os países precisam de avançar nessa área [criminalidade] e enfrentar a grande corrupção”.

Numa declaração enviada ao PÚBLICO na segunda-feira, José Sócrates defendeu que “o Brasil está a viver uma desonesta instrumentalização do seu sistema judicial” e que isso é o que acontece quando um “activista político actua disfarçado de juiz”, numa alusão a Sérgio Moro. O ex-primeiro ministro português proferiu as críticas depois de, também na segunda-feira, Sérgio Moro ter dito que Portugal tem uma “dificuldade institucional” no processo contra o ex-primeiro-ministro.

Sérgio Moro está em Lisboa para debater Justiça e Segurança no Fórum Jurídico de Lisboa, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

José Sócrates, antigo primeiro-ministro e arguido da Operação Marquês, esteve preso preventivamente durante dez meses e depois em prisão domiciliária, estando acusado de três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, 16 de branqueamento de capitais, nove de falsificação de documentos e três de fraude fiscal qualificada.