Um espaldar é igual a uma parede lisa? Durante as provas de aferição pode ser

Provas de aferição do 2.º ano de escolaridade começam já a 2 de Maio. Não contam para a nota, mas são obrigatórias.

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Enric Vives Rubio

Entre os dias 2 e 10 de Maio vão voltar a ser precisos bancos suecos, plintos e espaldares nas escolas do 1.º ciclo para que os alunos de sete anos possam fazer a prova de aferição de Expressões Físico-Motoras, que se realiza este ano pela terceira vez.

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Entre os dias 2 e 10 de Maio vão voltar a ser precisos bancos suecos, plintos e espaldares nas escolas do 1.º ciclo para que os alunos de sete anos possam fazer a prova de aferição de Expressões Físico-Motoras, que se realiza este ano pela terceira vez.

A lista do material que será necessário para esta prova, e também para a de Expressões Artísticas, já foi divulgada pelo Júri Nacional de Exames (JNE) e como aconteceu nas edições anteriores arrisca-se a ser de novo um quebra-cabeças para as escolas que ainda não dispõem de material adequado para a prática de educação física.

Não se sabe quantas são, já que nos relatórios de classificação das provas não aparece mencionado o material em falta. Mas tanto em 2017, como em 2018, não foram poucos os directores que reclamaram com antecedência, o que levou várias autarquias a disponibilizarem-se para ceder material às escolas, segundo anunciou o Ministério da Educação (ME).

Como o problema não ficou resolvido na totalidade, a informação divulgada agora pelo JNE determina que “as escolas que, comprovadamente, não apresentem recursos materiais ou físicos para a realização das provas de aferição práticas deslocam as suas turmas para outra escola do mesmo agrupamento”. A partir do 2.º ciclo, os estabelecimentos de ensino costumam ter mais equipamento do que aquele que existe nos do 1.º ciclo.

Para garantir que as provas sejam mesmo realizadas, o JNE fornece na sua lista alternativa ao material prescrito para estas avaliações. Por exemplo, em vez de um espaldar pode ser utilizada uma “barra fixa a uma altura que permita que os alunos se suspendam sem tocar com os pés no chão” ou “um colchão de espuma” ou mesmo “uma parede lisa”. Este tipo de substituições já foi criticado por professores de Educação Física, que alertam para o facto de os resultados acabarem por “não ser fiáveis” porque vai acontecer que alunos realizem o mesmo exercício com ferramentas que não são comparáveis.

No 2.º ano de escolaridade, as provas de Expressões Artísticas e de Expressões Físico-Motoras decorrem entre 2 e 10 de Maio. A primeira prova tem uma duração de quase duas horas e meia, com um intervalo a meio de 30 minutos. E a segunda prolonga-se por uma hora, existindo 30 minutos de tolerância.

Para além destas provas, os alunos do 2.º ano vão também testar os seus conhecimentos em três outros domínios, em testes que combinam as matérias de Português e Estudo do Meio e de Matemática e outra vez Estudo do Meio, marcadas para 17 e 19 de Junho.

Não contam para a nota

Os alunos do 5.º e 8.º anos de escolaridade também vão ter em Junho provas de aferição. Os primeiros a História e Geografia de Portugal, a Matemática e Ciências Naturais e a Educação Física. Os segundos, a Português e também a História e Geografia.

Ao contrário do que acontece com os exames, as provas de aferição não contam para a nota final dos alunos. A actual equipa do Ministério da Educação substituiu os exames do 4.º e 6.º anos introduzidos por Nuno Crato, e que contavam 30% para a classificação final, por provas de aferição no 2.º, 5.º e 8.º anos de escolaridade.

A realização destas provas passou a ser obrigatória a partir do ano lectivo de 2016/2017. A justificação para que não sejam realizadas em final de ciclo (4.º e 6.º anos) mas a meio é porque assim as escolas podem “agir atempadamente sobre as dificuldades detectadas” nos alunos, indicou o ME.

Na altura do lançamento do novo modelo de avaliação, o ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues realçou que as escolas “estavam a moldar-se aos exames e que tal é pernicioso, porque o processo de aprendizagem não deve ser concebido como um treino” para estas provas. Em contrapartida, indicou então, as provas de aferição permitem uma informação pormenorizada sobre o desempenho dos alunos, que será devolvida às escolas e famílias de modo a que se colmate as dificuldades detectadas.