Champion, campeón, campione: Ronaldo é o primeiro a vencer nas “big 3”
O português não precisou de fazer tantos jogos nem de marcar tantos golos como nas temporadas anteriores. Baixaram os registos individuais, mas mantiveram-se os colectivos.
Champion, campeón, campione. Cristiano Ronaldo tornou-se, neste sábado, o primeiro jogador da história do futebol a conquistar o “big 3” das ligas europeias: ser campeão em Inglaterra, Espanha e Itália, os três campeonatos que lideram o ranking UEFA.
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Champion, campeón, campione. Cristiano Ronaldo tornou-se, neste sábado, o primeiro jogador da história do futebol a conquistar o “big 3” das ligas europeias: ser campeão em Inglaterra, Espanha e Itália, os três campeonatos que lideram o ranking UEFA.
Com a vitória da Juventus, frente à Fiorentina, o português somou o primeiro campeonato em Itália, logo no primeiro ano de Série A, juntando-o aos três conquistados em Inglaterra, pelo Manchester United, e aos dois conseguidos em Espanha, pelo Real Madrid.
Ronaldo superou alguns jogadores com registos igualmente impressionantes, mas sem o “extra” de terem ganho nas três principais ligas: Ibrahimovic e Maxwell foram campeões em Itália, Espanha, França e Holanda, mas faltou-lhes Inglaterra, Robben venceu em Inglaterra, Espanha, Alemanha e Holanda, faltando-lhe Itália, e Van Bommel venceu em Espanha, Itália, Alemanha e Holanda, faltando-lhe Inglaterra. Beckham, Seedorf, Van Nistelrooy ou Laudrup também venceram em três ligas importantes, mas faltou-lhes sempre uma das “big 3”.
Ronaldo tornou-se, assim, um caso único no futebol mundial, em matéria de títulos colectivos, apesar de, a nível individual, os registos do português estarem mais “humanos”.
Menos golos e menos jogos podem hipotecar mais história
Esta temporada foi, em vários aspectos, uma antítese do que tem sido o percurso profissional de Ronaldo. O português manteve a apetência para conquistar o campeonato interno, mas 2018/19 foi o ano em que menos colaborou para o sucesso colectivo da equipa.
Considerando a média actual de golos e jogos, o atacante acabará a temporada com o menor número de partidas feitas na carreira – a Juventus, fruto do domínio interno, não precisou de apressar as recuperações das lesões do português –, bem como o menor número de golos marcados.
Neste momento, Ronaldo soma 38 jogos e 26 golos, um registo bem abaixo dos das últimas temporadas. Um dado mais “justo” de analisar é a média de golos por jogo, algo em que Ronaldo também baixou ligeiramente, sobretudo pela “seca” dos primeiros jogos da temporada.
O registo actual de golos de Ronaldo encontra semelhança, apenas, nos tempos de Manchester United, fase em que o português ainda não era a “máquina” de golos que se tornou em Espanha, jogando em zonas mais centrais, mas sim um desequilibrador, jogando pelos corredores.
Com este registo goleador, mais modesto, Ronaldo dificilmente conseguirá fazer história, tornando-se o primeiro jogador a ser o melhor marcador do campeonato em todas as “big 3”. Neste momento, é o quarto melhor marcador da Série A, com 19 golos, atrás dos 20 de Zapata, dos 21 de Piatek e dos 22 de Quagliarella.