Roman Polanski exige em tribunal reintegração na Academia de Hollywood
Realizador foi expulso da Academia em Maio de 2018, depois de ter sido acusado de abusos sexuais.
O realizador Roman Polanski recorreu aos tribunais para exigir a sua reintegração na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos (a entidade que atribui os Óscares), da qual foi expulso em Maio, adiantam vários órgãos de comunicação social norte-americanos.
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O realizador Roman Polanski recorreu aos tribunais para exigir a sua reintegração na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos (a entidade que atribui os Óscares), da qual foi expulso em Maio, adiantam vários órgãos de comunicação social norte-americanos.
De acordo com a agência Associated Press, os advogados de Roman Polanski recorreram na sexta-feira ao Tribunal Superior de Los Angeles para obrigar a Academia a reintegrar o realizador, expulso em Maio de 2018.
O realizador foi expulso “de acordo com o código de conduta”, adoptado em Dezembro de 2017 pela Academia, após a expulsão do produtor de Hollywood Harvey Weinstein acusado de abuso e assédio sexual. As acusações foram feitas por cerca de 30 mulheres que trabalham na indústria do cinema, entre elas Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Mira Sorvino, Lea Seydoux, Judith Godrèche, Ashley Judd, e Rosanna Arquette.
Na altura, Roman Polanski recorreu da decisão, mas em Janeiro a Academia rejeitou o recurso. Os advogados de Polanski alegam que a decisão da expulsão “não é fundamentada por conclusões e que as conclusões da Academia não são apoiadas por provas”.
Para os representantes do realizador, a Academia “falhou no cumprimento das suas regras, políticas e regulamentos”. Além disso, alegam que a expulsão violou uma lei do estado da Califórnia, que exige que as corporações realizem uma audiência justa antes de expulsarem um membro, classificando-o de “abuso prejudicial de julgamento”.
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, afirmou um porta-voz da instituição, citado pela Variety, considera que “os procedimentos adoptados para expulsar o senhor Polanski foram justos e razoáveis” e “continua a defender que a decisão foi apropriada”.
O código de conduta, adoptado em Dezembro de 2017, estipula que a Academia não é lugar para “pessoas que abusam dos seus estatutos, poder ou influência de uma forma que viola os padrões da decência”.
A direcção passou a poder suspender ou expulsar quem violar o código de conduta ou quem “comprometer a integridade” da Academia de Cinema e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos.
As acusações de abuso sexual e violação ao realizador franco-polaco Roman Polanski, de 85 anos, remontam à década de 1970.
Em 1977, o cineasta reconheceu ter tido relações sexuais com Samantha Geimer, então com 13 anos, na casa de Jack Nicholson, em Los Angeles, enquanto este estava fora em viagem.
Em 2010, a actriz britânica Charlotte Lewis declarou que o realizador a tinha forçado a ter uma relação sexual quando ela tinha 16 anos.
Em 2017, o realizador foi acusado por duas outras mulheres: uma identificada como “Robin” alega ter sido vítima de agressão sexual quando tinha 16 anos, em 1973; Renate Langer assegura ter sido violada por Polanski quando tinha 15 anos.
Roman Polanski venceu em 2003 o Óscar de Melhor Realizador com o filme “O Pianista”. Na altura, não esteve presente porque poderia ser detido nos Estados Unidos, no âmbito do caso de 1977.