Portugal e Europa, as mesmas escolhas
A escolha que temos pela frente é entre o regresso a estas políticas do passado da coligação PSD/CDS, que contaram com o apoio ativo e decisivo dos seus aliados europeus, e a continuidade, aprofundamento e consolidação das políticas progressistas do presente.
1. A União Europeia prolonga, num plano transnacional, os países que a constituem. Nela estão presentes as mesmas alternativas políticas que encontramos em cada uma das nossas nações. Por isso, nestas eleições vamos escolher, na Europa como em Portugal, o rumo que queremos para o nosso futuro comum. Escolha que hoje pode ser feita com mais clareza, pois está feita a prova de que há sempre alternativas, de que não estamos condenados ao colete-de-forças neoliberal em nome da saúde da economia e da sustentabilidade financeira do Estado.
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1. A União Europeia prolonga, num plano transnacional, os países que a constituem. Nela estão presentes as mesmas alternativas políticas que encontramos em cada uma das nossas nações. Por isso, nestas eleições vamos escolher, na Europa como em Portugal, o rumo que queremos para o nosso futuro comum. Escolha que hoje pode ser feita com mais clareza, pois está feita a prova de que há sempre alternativas, de que não estamos condenados ao colete-de-forças neoliberal em nome da saúde da economia e da sustentabilidade financeira do Estado.
2. Como sabemos, as políticas da era da troika não foram apenas ditadas pelas circunstâncias da crise. Aproveitando essas circunstâncias, a direita em Portugal escondeu-se atrás da Europa para impor um programa neoliberal de empobrecimento, desregulação e privatizações. Para isso contou demasiadas vezes com o apoio ideológico e político da direita e das instituições europeias, em particular do Partido Popular Europeu, de que fazem parte PSD e CDS. Vivemos tempos de um círculo vicioso em que a direita em Portugal e na Europa se apoiavam mutuamente na aplicação de um regime de austeridade ao nosso país. Círculo que só começaria a ser rompido com a vitória da esquerda nas eleições legislativas de 2015 e a formação do Governo do PS liderado por António Costa com o apoio parlamentar dos partidos à nossa esquerda.
3. Agora é tempo de romper com o outro lado do círculo vicioso, replicando na Europa as escolhas que fizemos em Portugal. O que querem PSD e CDS, com o apoio dos seus aliados europeus, é hoje mais do que óbvio. O gato está escondido mas a cauda está completamente de fora e abana em todas as direções. Privatizar a Caixa Geral de Depósitos é a ponta visível de mais uma venda ruinosa de património nacional e de perda de controlo nacional em setores estratégicos. Prolongar a idade da reforma é outra forma de iniciar o desmantelamento do sistema público de segurança social. Atacar o IVA na restauração sinaliza a intenção de um novo aumento colossal de impostos. E cavalgar todas as reivindicações sociais sem cuidar da sustentabilidade da sua satisfação é apenas uma manifestação da irresponsabilidade do quanto pior melhor que amanhã justificaria a imposição de novo programa de austeridade a pretexto da degradação das contas públicas.
4. A escolha que temos pela frente é entre o regresso a estas políticas do passado da coligação PSD/CDS, que contaram com o apoio ativo e decisivo dos seus aliados europeus, e a continuidade, aprofundamento e consolidação das políticas progressistas do presente. Políticas que tornaram possível aumentar o salário mínimo em quase 20%, recuperar salários e pensões, criar 350 mil empregos e fazer crescer a economia acima da média europeia, ao mesmo tempo que se reduzia praticamente a zero o défice das contas públicas. Escolha que tem como primeira etapa as próximas eleições europeias. Reforçar, nas eleições de maio, o grupo dos partidos socialistas europeus tornará mais fácil prosseguir um programa incremental viável de promoção, em Portugal como na Europa, de mais igualdade e de mais e melhor emprego.