Relatório sobre “limpeza” em listas de espera fragiliza ministra da Saúde
A ministra “está com condições fragilizadas para desempenhar este cargo” e “deverá ir para além das desculpas esfarrapadas, de que isto é um processo burocrático”, afirmou a deputada do CDS-PP Isabel Galriça Neto.
O CDS-PP considerou nesta quinta-feira que a ministra da Saúde, Marta Temido, ficou “seguramente” fragilizada após a revelação de que a Administração do Sistema de Saúde, que liderou, "limpou” doentes das listas de espera para consultas.
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O CDS-PP considerou nesta quinta-feira que a ministra da Saúde, Marta Temido, ficou “seguramente” fragilizada após a revelação de que a Administração do Sistema de Saúde, que liderou, "limpou” doentes das listas de espera para consultas.
A ministra “está com condições fragilizadas para desempenhar este cargo” e “deverá ir para além das desculpas esfarrapadas, de que isto é um processo burocrático”, afirmou a deputada do CDS-PP Isabel Galriça Neto à Lusa, num comentário ao relatório, sem, no entanto, sugerir cenários mais drásticos, como a demissão.
A Administração do Sistema de Saúde “limpou” doentes das listas de espera para consultas, numa altura em que era presidida pela actual ministra, e foram usados indevidamente mecanismos para alterar datas de inscrição de utentes para cirurgia.
Estas são conclusões do relatório do grupo técnico independente criado pelo Governo em Outubro de 2017 para avaliar os sistemas de gestão das listas de espera para consultas e cirurgias, após um relatório do Tribunal de Contas que apontava para a “eliminação administrativa” de utentes, “falseando os indicadores” que são divulgados.
Isabel Galriça Neto lembrou que “é o próprio grupo trabalho por ela nomeado” que conclui que “não é uma questão burocrática, é uma questão de eliminação, de nomes das listas de espera”.
“Isto não é a gestão das listas de espera. Isto é uma forma que diz muito sobre quem está a gerir o SNS [Serviço Nacional de Saúde]. Não é seguramente nem profissionalismo, nem rigor, e isso deve preocupar os portugueses acerca de quem tem à frente o Ministério da Saúde”, acrescentou.