Greta Thunberg acusa: jovens “saíram para as ruas”, mas “nada mudou”

Activista sueca esteve no Senado italiano onde, mais uma vez, não foi parca em palavras: “Não queremos sacrificar a nossa educação, adolescência e infância para que nos digam o que está nas vossas mãos. Manifestamo-nos não para que tireis selfies comigo, mas para que ajam.”

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Yara Nardi/Reuters

A activista sueca Greta Thunberg esteve esta quinta-feira, 18 de Abril, no Senado italiano onde apontou o dedo aos políticos que, diz, felicitam as suas iniciativas no combate às alterações climáticas, mas não actuam. “Nada está a ser feito para deter a destruição do clima”, disse a jovem. “Quando viajo pelo mundo, com frequência encontro pessoas importantes que me felicitam e, francamente, para mim é estranho porque não sei por que se congratulam”, confessou a estudante de 16 anos, actualmente uma das vozes mais proeminentes contra as alterações climáticas.

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A activista sueca Greta Thunberg esteve esta quinta-feira, 18 de Abril, no Senado italiano onde apontou o dedo aos políticos que, diz, felicitam as suas iniciativas no combate às alterações climáticas, mas não actuam. “Nada está a ser feito para deter a destruição do clima”, disse a jovem. “Quando viajo pelo mundo, com frequência encontro pessoas importantes que me felicitam e, francamente, para mim é estranho porque não sei por que se congratulam”, confessou a estudante de 16 anos, actualmente uma das vozes mais proeminentes contra as alterações climáticas.

Perante os senadores italianos, que a aplaudiram em várias ocasiões, a activista falou das greves climáticas escolares que inspirou um pouco pelo mundo fora, salientando que os jovens “saíram para as ruas, mas nada mudou”. “Não queremos sacrificar a nossa educação, adolescência e infância para que nos digam o que está nas vossas mãos. Manifestamo-nos não para que tireis selfies comigo, mas para que ajam”, criticou a jovem.

Como já fizera no Parlamento Europeu, Greta alertou que as alterações climáticas e os desastres que delas provêm serão irreversíveis em 2030 e sublinhou que o prognóstico se “baseia em dados científicos”. Para evitar uma “autêntica emergência” a nível global, a jovem sueca defendeu que, em primeiro lugar, será necessário tomar consciência de que é já uma realidade e insistiu: “Os seres humanos adaptam-se e esta é uma oportunidade, porém não nos podemos atrasar mais.”

“Basta querer!”, afirmou, dando como exemplo a viagem do ser humano à Lua, a reconstrução após a Segunda Guerra Mundial ou, mais recentemente, a angariação de fundos para a reconstrução da catedral de Notre-Dame, destruída por um incêndio. A jovem apelou ainda para que se ponha “um ponto final” na emissão de gases com efeito de estufa, “parando progressivamente de queimar combustíveis fósseis que destroem o ecossistema”. Para isso, é fundamental que os políticos “apoiem os cientistas para um combate em conjunto”. “Eles precisam da vossa compreensão, mas parece que não vos interessa escutar a ciência porque só querem ouvir soluções que vos permitam seguir como até agora. Porém, isso não é possível porque a mudança está a chegar, gostem ou não.”

Greta Thunberg, que está nomeada para o Prémio Nobel da Paz, afirmou que “este suposto desinteresse da classe política é igual em todos os países” porque, “fundamentalmente, nada se está a fazer para retardar e deter a destruição do clima, apesar dos grandes discursos dos líderes políticos”. “A diferença é que alguns países falam mais do que outros, mas a verdade é que não existem modelos que sirvam de exemplo”, criticou.

Na quarta-feira, o Papa Francisco incentivou a jovem a “seguir em frente”. Greta Thunberg estará presente no protesto de sexta-feira dos jovens italianos pelo clima, marcado para a Praça do Povo, em Roma.