Obras na ponte internacional do Guadiana prolongam-se até ao final de 2020
Prazo de 525 dias foi largamente excedido depois de a empresa adjudicatária da intervenção ter falhado com o início da empreitada.
Deviam ter acabado em 2018, mas ao contrário do que estava planeado, as obras na ponte internacional do Guadiana só estarão terminadas no final de 2020, anunciou a Infra-estruturas de Portugal (IP) à agência Lusa. O atraso de dois anos justifica-se com a autorização concedida pelos ministérios das Finanças e do Planeamento e Infra-estruturas àquela empresa pública para “a proceder à repartição de Encargos relativos ao contrato da Empreitada «IP1, KM 132+500, Ponte Internacional sobre o Rio Guadiana. Substituição do sistema de tirantes»”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Deviam ter acabado em 2018, mas ao contrário do que estava planeado, as obras na ponte internacional do Guadiana só estarão terminadas no final de 2020, anunciou a Infra-estruturas de Portugal (IP) à agência Lusa. O atraso de dois anos justifica-se com a autorização concedida pelos ministérios das Finanças e do Planeamento e Infra-estruturas àquela empresa pública para “a proceder à repartição de Encargos relativos ao contrato da Empreitada «IP1, KM 132+500, Ponte Internacional sobre o Rio Guadiana. Substituição do sistema de tirantes»”.
No documento, os organismos informam também a IP de que deve proceder à divisão dos encargos relativos ao contrato da empreitada até “ao montante global de 8,6 milhões de euros dos quais 4,3 milhões serão suportados por Espanha. A repartição das verbas também obedecerá a critérios temporais, já que em 2019 os valores não poderão ultrapassar os 3,6 milhões euros e em 2020 cerca de 5 milhões de euros.
A fita do tempo de uma obra entre dois países
As obras, anunciadas em Junho de 2017 pela IP e por Pedro Marques, então ministro do Planeamento e Infra-estruturas, tinham um prazo de conclusão previsto de 525 dias. O seu anúncio foi assinalado com uma cerimónia, realizada junto à ponte que seria intervencionada, que contou com a presença do actual cabeça de lista do PS às eleições europeias e do seu homólogo espanhol.
Meses mais tarde, a IP, confrontada com a incapacidade da empresa adjudicatária da intervenção, a Soares da Costa, SA, de cumprir o prazo delineado para a intervenção, procedeu a uma nova revisão contratual, realizada a 21 de Dezembro de 2017. Esta alteração originou uma alteração no prazo inicial que previa a conclusão dos trabalhos nos ditos 525 dias.
A exequibilidade dos prazos previstos para a obra ficou ainda mais comprometida quando, “já na fase de desenvolvimento dos trabalhos, se verificou a existência de uma maior amplitude e diversidade de elementos a intervencionar, tendo-se concluído pela necessidade de se proceder à substituição Integral do sistema de tirantes existente na ponte”.
Segundo a Infra-estruturas de Portugal, “esta situação só foi possível de detectar em fase de execução, após a desmontagem de elementos do sistema instalado, incluindo a realização de endoscopias ao interior dos tubos e a medição dos respectivos desvios angulares dos tirantes”.
Devido a esta descoberta, um novo concurso, complementar, teve que ser lançado com vista, unicamente, à reabilitação dos tirantes, o que obrigou a uma reprogramação dos trabalhos da empreitada, envolvendo duas intervenções em simultâneo, com novos planos”, que “decorrerão, em simultâneo, durante o ano de 2019 e 2020”. Para o mesmo organismo, o prolongamento do período previsto para as obras não acarretará qualquer tipo de “riscos para a segurança de pessoas e bens” que utilizam ou se encontram próximos da ponte.