Tottenham abate City com golpe de cotovelo
Num jogo com sete golos e várias intervenções do VAR, o Manchester City ficou pelo caminho na Champions.
Mais de meio século depois da única presença numa meia-final da Taça dos Campeões Europeus (1962, derrota com o Benfica), o Tottenham resistiu ao cerco de um Manchester City mais forte, mas incapaz de garantir a necessária vantagem de dois golos, vencendo por 4-3, margem insuficiente para anular a derrota (1-0) de Londres.
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Mais de meio século depois da única presença numa meia-final da Taça dos Campeões Europeus (1962, derrota com o Benfica), o Tottenham resistiu ao cerco de um Manchester City mais forte, mas incapaz de garantir a necessária vantagem de dois golos, vencendo por 4-3, margem insuficiente para anular a derrota (1-0) de Londres.
O duelo britânico começou com 11 minutos de recital, com o City a anular de forma instantânea a desvantagem da primeira mão. Tudo graças a um remate indefensável de Sterling (4’), ainda assim insuficiente para sustentar o sentimento de euforia que invadia Manchester, abruptamente travado pela resposta demolidora de Son (7’ e 9’), a colocar os “spurs” em posição privilegiada.
Mas o filão descoberto em cinco minutos era inesgotável. E, depois do valente abanão, os “citizens” voltavam à carga para reentrar na discussão da eliminatória, que, num ápice, ficara à distância de três golos. Valeu o contributo de Bernardo Silva (11’) e a eficácia de Sterling (21’), em dois momentos decisivos para o gradual e perigoso encolhimento dos londrinos. A vencer por 3-2, Pep Guardiola precisava, apenas, de um golo que colocasse a equipa de Manchester pela segunda vez numa meia-final da Liga dos Campeões. Corrigidos os erros que facilitaram a vida ao sul-coreano, o técnico catalão lançou a equipa num ataque cerrado à baliza de Lloris. Risco compensado na segunda parte, depois de Son ter falhado o hat-trick que obrigaria o Manchester a rever todas as notas.
O City, de resto, colocar-se-ia mesmo em vantagem na eliminatória, na sequência de um golo de Aguero (59’), com o argentino a concluir excelente iniciativa individual de De Bruyne, corolário de um período de fortíssima pressão que só por mero infortúnio não rendeu mais um par de golos aos homens da casa. O quadro era preocupante para Pochettino, que ainda na primeira parte perdera Moussa Sissoko, por lesão. Azar que o substituto do francês, Fernando Llorente, compensaria em pleno ao devolver as chaves da passagem às meias-finais, igualando a eliminatória (4-4), após um canto. No entanto, o golo dos “spurs”, validado pelo turco Cuneyt Cakir, depois de consultar o VAR, será sempre um lance polémico, já que o futebolista basco desviou, inadvertidamente, a bola com o cotovelo, levando-a a trair Ederson. Um momento de tensão apenas superado pela decisão que, verdadeiramente, haveria de derrubar Pep Guardiola.
Entretanto, já Pochettino tocara a reunir, com o argentino a não hesitar na hora de cerrar fileiras, prescindindo de Lucas Moura para reforçar o corredor esquerdo, coutada de Bernardo Silva, com a entrada de Ben Davies. Mas, tal como começara, o jogo terminaria com o estádio em pé: primeiro a festejar o bis de Sergio Aguero, aos 90+3’ (a dois minutos do apito final), para logo cair numa profunda e irremediável depressão decretada pelo VAR, a anular o golo do argentino, para gáudio dos “spurs”, que encontrarão o Ajax nas meias-finais.