Carros vendidos a partir de 2022 obrigados a ter novas tecnologias de segurança
Parlamento Europeu aprovou regulamento que inclui sistemas de travagem de emergência e avisos de sonolência.
A partir de Maio de 2022, todos os automóveis novos vendidos na União Europeia terão de estar equipados com uma série de tecnologias de segurança, que incluem sistemas para avisar os condutores em caso de distracção, de sonolência ou quando estejam a exceder os limites de velocidade.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A partir de Maio de 2022, todos os automóveis novos vendidos na União Europeia terão de estar equipados com uma série de tecnologias de segurança, que incluem sistemas para avisar os condutores em caso de distracção, de sonolência ou quando estejam a exceder os limites de velocidade.
A lista de novos dispositivos faz parte de um regulamento aprovado nesta terça-feira pelo Parlamento Europeu, que se aplica a automóveis ligeiros, camiões e autocarros, e que vem tornar obrigatórias algumas das tecnologias que os fabricantes têm vindo a incorporar nos novos modelos, cada vez mais equipados com sistemas de segurança e ajuda à condução.
“As novas regras visam reduzir o número de acidentes nas estradas europeias e proteger peões e ciclistas, abrindo também caminho ao desenvolvimento de veículos automatizados”, explicou o Parlamento Europeu, num comunicado. O regulamento foi aprovado com 578 votos a favor, 30 contra e 25 abstenções.
O sistema de aviso de excesso de velocidade funcionará de forma semelhante ao que já acontece em alguns carros e, também, em sistemas de GPS, incluindo aplicações para telemóvel.
“O sistema de adaptação inteligente da velocidade fornecerá indicações ao condutor, com base em mapas e na observação da sinalização rodoviária, quando o limite de velocidade for ultrapassado”, detalhou a eurodeputada polaca Róża Thun. “Não introduzimos um limitador de velocidade, mas sim um sistema inteligente para alertar os condutores de que estão em excesso de velocidade. Isso não apenas nos deixará mais seguros, como ajudará os condutores a evitar multas.”
Os sistemas de aviso de velocidade terão de incluir a possibilidade de serem desligados, refere o regulamento, justificando esta medida com a possibilidade de situações em que o condutor recebe avisos falsos ou inadequados, devido às condições meteorológicas ou a sinalização defeituosa, por exemplo.
O regulamento também torna obrigatórios equipamentos para detectar objectos quando se esteja a fazer marcha-atrás, bem como um aparelho para registo de acidentes (semelhante à “caixa negra” dos aviões), sistemas de travagem de emergência (incluindo um aviso para os outros veículos de que o carro abrandou abruptamente) e avisos de afastamento da faixa de rodagem.
Os automóveis deverão ter ainda um “avisador da sonolência e da atenção”, responsável por alertar o condutor para situações perigosas, e um “avisador avançado da distracção do condutor”, que o deverá ajudar “a manter a atenção na situação do tráfego”.
Porém, e ao contrário do que alguns fabricantes já estão a testar, esta tecnologia terá de funcionar “sem recorrer a qualquer espécie de informação biométrica dos condutores ou passageiros, incluindo o reconhecimento facial”.
Os veículos vendidos a partir de 2022 estarão ainda preparados para receber “dispositivos de bloqueio da ignição sensíveis ao álcool”. A instalação destes equipamentos, porém, não será obrigatória.
No ano passado, houve 25.100 vítimas mortais nas estradas europeias, o que significou 49 mortos por cada milhão de habitantes, segundo dados da Comissão Europeia. Este valor significa uma descida de 1% em relação a 2017 e uma queda de 21% face a 2010. Em Portugal, o rácio de vítimas mortais subiu 1% no ano passado, para 59 pessoas por milhão de habitantes, mas caiu 35% quando comparado com o início da década.
A Comissão estima que por cada morte na estrada haja cinco feridos graves.