Ajax tornou Cristiano Ronaldo mais um espectador da Champions

Depois de terem afastado o tricampeão europeu Real Madrid, os holandeses viveram mais uma grande noite europeu e desfizeram o sonho da Juventus. Em Barcelona, Messi “bisou” e o Manchester United caiu

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Não foi um raio a cair duas vezes no mesmo sítio, foi o triunfo da vontade e da qualidade. Depois do empate em casa (1-1), o Ajax foi nesta terça-feira a Turim eliminar a Juventus (1-2) e avançou para as meias-finais da Liga dos Campeões. Em mais uma grande noite europeia da equipa de Erik ten Hag, os holandeses derrubaram outro gigante (nos oitavos-de-final tinham desfeito o Real Madrid) e reiteraram que no futebol os prognósticos, os orçamentos, os nomes e os estatutos não ditam lei.

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Não foi um raio a cair duas vezes no mesmo sítio, foi o triunfo da vontade e da qualidade. Depois do empate em casa (1-1), o Ajax foi nesta terça-feira a Turim eliminar a Juventus (1-2) e avançou para as meias-finais da Liga dos Campeões. Em mais uma grande noite europeia da equipa de Erik ten Hag, os holandeses derrubaram outro gigante (nos oitavos-de-final tinham desfeito o Real Madrid) e reiteraram que no futebol os prognósticos, os orçamentos, os nomes e os estatutos não ditam lei.

Será um regresso do Ajax às meias-finais da principal competição europeia de clubes após 22 anos de ausência. A última ocasião em que os holandeses chegaram a esta fase remontava a 1996-97, quando caíram precisamente frente à Juventus. A desforra tardou, mas não falhou: numa temporada em que os italianos apostavam tudo na conquista do trono europeu, uma ambição reforçada com a chegada de Cristiano Ronaldo, o sonho esfumou-se perante a qualidade e irreverência de um grupo de jovens que recupera a melhor tradição futebolística do Ajax.

O resultado da primeira mão não deixara nada decidido, mas dava ligeira vantagem à Juventus graças ao golo marcado fora. E o panorama melhorou para os “bianconeri” com o golo da praxe de Cristiano Ronaldo, aos 28’, a tornar a situação mais confortável. Na sequência de canto, o português nem precisou de saltar para desferir um cabeceamento certeiro, sem hipóteses para Onana.

Era o despertador para o Ajax, que até aí pouco mostrara. E a resposta surgiu poucos minutos depois: a defesa da Juventus esqueceu-se de Van de Beek, que recebeu o passe de Ziyech e atirou fora do alcance de Szczesny. A eliminatória ficava totalmente empatada.

O treinador da Juventus, Massimiliano Allegri, deu um sinal de ambição para a segunda parte, com a entrada da coqueluche Moise Kean. Mas a sua equipa perdeu a chama e viu-se submetida durante largos períodos pelo Ajax, que começou a ser visita cada vez mais frequente da área junto da baliza defendida por Szczesny. O polaco fez uma defesa excelente a travar o remate de Ziyech (52’) e voltou a brilhar quando desviou por cima da trave o tiro de Van de Beek (57’). Pjanic, com um corte providencial, evitou que o passe de Tadic chegasse a Ziyech — e adiou por mais alguns minutos um golo que se adivinhava.

A reviravolta chegou aos 67’, com De Ligt, o jovem capitão do Ajax que aos 19 anos joga como o mais experiente futebolista do mundo, a elevar-se mais alto que Alex Sandro e Rugani e a desferir um cabeceamento para a história.

Um golo já não bastava à Juventus, eram necessários dois para continuar a sonhar com a glória europeia. Mas os italianos eram uma equipa amorfa, sem ideias, e o Ajax continuou a ter primazia nos lances de golo. Neres desperdiçou uma oportunidade flagrante para ampliar a vantagem, e Ziyech chegou a marcar, mas estava em posição irregular.

O tempo que restava esfumou-se e a Juventus despedia-se do sonho europeu. Cristiano Ronaldo, que disputou (e venceu) as últimas três finais da Liga dos Campeões foi dos primeiros a deixar o relvado após o apito final — a 1 de Junho terá de assistir do lado de fora à coroação de um novo campeão.

À mesma hora, em Barcelona, Messi dava um recital para confirmar o triunfo obtido na primeira mão dos quartos-de-final sobre o Manchester United. O primeiro aviso até foi dos ingleses, com uma bola de Rashford, logo no primeiro minuto, a acertar na trave, mas o argentino foi irresistivelmente eficaz: fez um grande golo aos 16’, num remate sem hipóteses para David De Gea, e “bisou” quatro minutos depois, com a colaboração do guarda-redes espanhol, que deixou a bola escapar-lhe entre as mãos e passar-lhe por baixo do corpo.

O 3-0 final surgiu na segunda parte, num remate espectacular de Philippe Coutinho. O Barcelona está nas meias-finais e aguarda pelo vencedor da eliminatória entre o FC Porto e o Liverpool.