FMI decide esta semana empréstimo de 120 milhões de dólares a Moçambique
Um mês depois, o Banco Mundial calcula que a passagem do ciclone Idai causou estragos que podem ascender a 684 milhões de euros.
O Fundo Monetário Internacional vai decidir esta semana a libertação de 120 milhões de dólares da sua linha de crédito rápido para ajudar Moçambique na tarefa de recuperação dos danos causados pela passagem do ciclone Idai pelo centro do país, faz hoje um mês.
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O Fundo Monetário Internacional vai decidir esta semana a libertação de 120 milhões de dólares da sua linha de crédito rápido para ajudar Moçambique na tarefa de recuperação dos danos causados pela passagem do ciclone Idai pelo centro do país, faz hoje um mês.
“Agimos muito rapidamente para apoiar Moçambique através de uma linha de crédito rápido. Estamos à espera que o conselho consultivo aprecie o pedido na próxima semana”, afirmou, na sexta-feira, Abebe Selassie, director do departamento africano do FMI.
A directora do Fundo, Christine Lagarde, já se referira ao facto na sua conferência de imprensa de quinta-feira, onde adiantara que “o Governo de Moçambique submeteu um pedido para uma linha de crédito rápida, que permite um acesso célere ao financiamento concessional [pagamento flexível e taxas de juro baixas] do Fundo”.
Lagarde garantiu que estão “a agir o mais rapidamente possível. Não serão promessas. Será um pagamento imediato assim que o conselho o aprovar.”
Este valor permitirá apenas financiar uma parte da recuperação, tendo em conta que o Banco Mundial calculou as perdas económicas de Moçambique por causa do Idai entre 656 milhões de dólares (580 milhões de euros) e 773 milhões de dólares (684 milhões de euros) – quase 240 mil casas foram destruídas ou danificadas, bem como mais de 715 mil hectares de colheitas.
A nota do Banco Mundial, datada de 4 de Abril, refere que as suas contas não reflectem as perdas indirectas devido ao ciclone, como a redução da produtividade e as interrupções de produção.
O ciclone Idai, que atingiu Moçambique no dia 14 de Março, provocou a morte de pelo menos 603 pessoas, de acordo com o último balanço feito pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, divulgado na sexta-feira. Nos centros de alojamento para os sinistrados estão actualmente 73.296 pessoas, sendo que 41.742 delas são consideradas vulneráveis.
Ao todo, 1,5 milhões de pessoas em Moçambique foram de alguma forma afectadas pelos ventos fortes e as inundações provocadas pelo Idai.
Somando o Malawi e o Zimbabwe, os dois países vizinhos que também sofreram os efeitos do ciclone, cerca de 3 milhões de pessoas sofreram com a passagem do Idai. No Zimbabwe morreram 344 pessoas e no Malawi, 59.
Tudo somado, o Banco Mundial fala em custos de recuperação das infra-estruturas e meios de subsistência, no conjunto dos três países, de 2 mil milhões de dólares (2,6 mil milhões de euros).