Novo streaming da Disney estreia-se com 30 anos de Simpsons e novas séries Star Wars e Marvel

Portugal poderá receber o Disney+ em 2020, mas ainda não há data confirmada. Séries Rogue One ou dos Vingadores são trunfos a juntar à Pixar e a todos os filmes do gigante de Hollywood.

Foto
Imagem da apresentação do Disney+ Disney

A nova plataforma de streaming do gigante Disney vai chegar aos EUA em Novembro e deverá estender-se à Europa em 2020. Não há datas para Portugal, mas estima-se que chegará ao mercado nacional. Dada a dimensão imperial do seu catálogo, ao incluir não só as suas marcas clássicas de animação ou cinema familiar mas também tudo o que é entretenimento com as marcas Marvel, Fox ou Pixar, o menu do Disney+ vai estar dividido nessas secções, numa ementa que terá 30 temporadas de Os Simpsons ou novas séries Star Wars como a baseada na era de Rogue One e a aguardada The Mandalorian.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A nova plataforma de streaming do gigante Disney vai chegar aos EUA em Novembro e deverá estender-se à Europa em 2020. Não há datas para Portugal, mas estima-se que chegará ao mercado nacional. Dada a dimensão imperial do seu catálogo, ao incluir não só as suas marcas clássicas de animação ou cinema familiar mas também tudo o que é entretenimento com as marcas Marvel, Fox ou Pixar, o menu do Disney+ vai estar dividido nessas secções, numa ementa que terá 30 temporadas de Os Simpsons ou novas séries Star Wars como a baseada na era de Rogue One e a aguardada The Mandalorian.

Na sua apresentação aos investidores, transmitida via streaming para todo o mundo, o presidente da divisão de serviços directos para o consumidor Kevin Mayer mostrou como o Disney+ vai ser global. E apresentou o preço: 6,99 dólares por mês ou 70 dólares por ano (6,2 ou 62 euros, respectivamente). Garantiu que será um serviço sem publicidade e, no que interessa ao mercado fora dos EUA, explicou que o seu lançamento gradual se fará no início de 2020 para a Europa Ocidental. Portugal já tem o seu site de apresentação Disney+, que não indica ainda datas de lançamento precisas.

Foto
O logo do novo serviço

O PÚBLICO contactou a Disney sobre estes planos e aguarda resposta. Os contratos de licenciamento e distribuição pré-existentes podem ser um factor que condicione a expansão internacional do serviço. E, no caso específico dos países da União Europeia, uma nova directiva comunitária que deve entrar em vigor este ano obriga os serviços de video on demand (como as plataformas de streaming) presentes no mercado a ter pelo menos 30% dos seus catálogos com títulos de produção europeia. O plano Disney é estar “rapidamente”, diz a nota aos investidores, nos principais mercados do mundo em dois anos.

Nos EUA, o novo gigante de streaming, que competirá directamente com o Netflix (líder em subscrições, presença internacional e catálogo com produção original), estreia-se a 12 de Novembro. Tem um preço mais baixo do que o seu concorrente nos EUA, visto que o tipo de subscrição mais barata do Netflix no mercado é de 9 dólares (8 euros) mensais. É o primeiro player dos media tradicionais, do sistema de estúdios e da televisão convencional, no fundo o primeiro incumbente com capacidade e catálogo para fazer frente aos serviços de streaming que mudaram o mercado. E a forma como consumimos televisão.

Os trunfos do Disney+

Logo no lançamento, a estrela é a família Simpson, com a disponibilização das suas 30 temporadas, estando prometido no primeiro ano a entrada no catálogo de Música no Coração, A Princesa Prometida ou A Vida é Injusta (Malcolm in the Middle), estando prevista a entrada de 500 filmes – “incluindo blockbusters de 2019 em diante”, diz o comunicado da Disney – e mais de 7500 episódios de televisão. Black Panther, Capitão Marvel e todos os filmes Star Wars serão parte do seu menu. A exclusividade dos filmes Disney, Marvel ou Star Wars no Disney+ é um dos seus trunfos e a retirada desses títulos de outros serviços de video on demand já começou, significando, a par dos custos de produção do vasto rol de conteúdos originais, perdas de rendimento (132,8 milhões de euros só do contrato rompido com o Netflix, segundo a Hollywood Reporter) e gastos significativos para o estúdio.

Fotogaleria

Além da importância das marcas como a Marvel ou a Pixar que tem sob a sua alçada, a produção original é um dos grandes motores da subscrição de novos serviços de streaming. No primeiro ano, o Disney+ vai lançar mais de 25 séries originais e 10 filmes, documentários ou especiais também eles produzidos especificamente para o serviço. Entre eles estão as séries de acção real da Marvel The Falcon and The Winter Soldier, com Anthony Mackie e Sebastian Stan, WandaVision, com Elizabeth Olsen como Feiticeira Escarlate e Paul Bettany como Visão, a animação Marvel com What If…? ou um documentário sobre a feitura de Frozen 2, um dos blockbusters previsíveis dos cinemas em 2019 (Into the Unknown: Making Frozen 2), bem como novas séries Pixar com base em Toy Story ou o filme Phineas and Ferb.

No campo das séries originais com data prevista de estreia para o lançamento do Disney+ está uma das jóias da coroa - The Mandalorian, a primeira série televisiva de acção real com base no universo Star Wars e que tem um orçamento de blockbuster e Jon Favreau ao leme. Passa-se entre os acontecimentos de O Regresso de Jedi e a tomada de poder da First Order.

Foto
The Mandalorian Disney

Os Jedi continuarão a trabalhar arduamente na empresa do rato Mickey com mais uma temporada “exclusiva” da série de animação Star Wars: The Clone Wars ou a série ainda sem título sobre Cassian Andor com Diego Luna e Alan Tudyk baseada nos eventos em torno do filme Rogue One. “Será uma série de espionagem entusiasmante passada no universo Star Wars”, disse aos presentes a presidente da Lucasfilm Kathleen Kennedy.

Da Marvel virá ainda a série sobre o vilão Loki com Tom Hiddleston e um par de documentários, e a oferta incluirá ainda uma série High School Musical ou um filme de acção real sobre A Dama e o Vagabundo. Para o lançamento inicial está prevista a série documental The World According to Jeff Goldblum, por exemplo, de outra das marcas que agora são Disney e que é a National Geographic.

O serviço estará disponível nas Smart TV, consolas e em versão mobile através de um site ou aplicação, e lança-se na esteira da recente aquisição da 21st Century Fox que engrossou ainda mais a ementa Disney. “Disney+ é um passo ambicioso rumo ao futuro numa nova era para a nossa empresa”, disse na madrugada desta sexta-feira (hora de Lisboa) o presidente da Disney, Bob Iger, em Burbank (Califórnia). Falou da forma como os “consumidores terão uma ligação directa” com a produção da Disney, mas também “marcas adoradas, franchises icónicos” que, espera, “farão o Disney+ destacar-se no mercado”. Além das marcas e filmes já conhecidos, outros igualmente muito conhecidos passaram a fazer parte do império Disney e estarão no seu terreno na geografia do streaming: é o caso dos franchises Alien ou Avatar. Uma “arca do tesouro de conteúdo valioso e duradouro”, como disse Bob Iger na luxuosa apresentação, citado pelo New York Times.

A expectativa da Disney é, segundo o anunciado quinta-feira no estúdio da empresa, ter entre 60 e 90 milhões de assinantes em 2024. Actualmente, o Netflix conta com 139 milhões de subscrições em todo o mundo. Em Portugal, a eventual chegada do Disney+ competirá com o Netflix, Amazon Prime Video, HBO Portugal e outros serviços de menor dimensão como o português Canal Q Play, a NosPlay ou os serviços de canais como a Fox, que agora pertence à Disney, ou AXN. A chegada da Apple TV+ também engrossará o rol de players de streaming no mercado português.