Benfica e Eintracht com um olho no campeonato e outro em Baku

Em posição privilegiada nas respectivas competições internas para conseguirem alcançar os seus objectivos, as equipas portuguesa e alemã começam esta noite, em Lisboa, a lutar por um lugar entre os quatro semifinalistas da Liga Europa.

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O Benfica volta a jogar na Luz na Liga Europa após afastar o Dinamo Zagreb LUSA/TIAGO PETINGA

Para ambos a prioridade é o respectivo campeonato nacional, mas a sete semanas de o Estádio Olímpico, em Baku, receber a final da Liga Europa, Benfica e Eintracht Frankfurt começam esta noite a lutar por um lugar entre os quatro semifinalistas da prova. Bruno Lage diz que irá escolher a melhor equipa em função da “análise do adversário” e da “estratégia”, não negando a “ambição de chegar a uma final europeia”. Para o conseguir, contudo, os “encarnados” terão que ultrapassar um rival sem qualquer derrota em 2019 e que, sob o comando do austríaco Adi Hütter, está perto de garantir na Bundesliga a melhor classificação do Eintracht dos últimos 26 anos.

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Para ambos a prioridade é o respectivo campeonato nacional, mas a sete semanas de o Estádio Olímpico, em Baku, receber a final da Liga Europa, Benfica e Eintracht Frankfurt começam esta noite a lutar por um lugar entre os quatro semifinalistas da prova. Bruno Lage diz que irá escolher a melhor equipa em função da “análise do adversário” e da “estratégia”, não negando a “ambição de chegar a uma final europeia”. Para o conseguir, contudo, os “encarnados” terão que ultrapassar um rival sem qualquer derrota em 2019 e que, sob o comando do austríaco Adi Hütter, está perto de garantir na Bundesliga a melhor classificação do Eintracht dos últimos 26 anos.

Em Portugal, o Benfica tem pela frente seis finais em que um simples deslize pode hipotecar a ambição benfiquista da “reconquista” e entregar ao FC Porto o bicampeonato; na Alemanha, o Eintracht Frankfurt tem seis jogos para segurar o quarto lugar na Bundesliga e regressar à mais importante prova europeia de clubes, competição na qual chegou à final na única vez em que participou: em 1959-60, foi derrotado pelo Real Madrid (7-3) no jogo decisivo. No entanto, a um passo da antecâmara de uma final europeia, os problemas domésticos serão hoje relegados para segundo plano por Bruno Lage e Adi Hütter.

Sem André Almeida, Gabriel, Jonas e Taarabt, Lage admitiu na antevisão dos quartos-de-final da Liga Europa que terá “um jogo importante no domingo”, frente ao V. Setúbal, mas a “ambição é vencer” o Eintracht “e fazer uma boa partida”. Sobre os alemães, o técnico do Benfica diz que é “uma equipa fortíssima”, “forte em organização, em transição ofensiva, típica do futebol alemão”. “Temos de saber explorar, quando tivermos bola, os espaços que esses sistemas oferecem. Temos a melhor estratégia e teremos uma equipa que vai disputar o jogo e que vai procurar vencer”, analisou o treinador do Benfica que, em relação ao jogo com o Feirense, terá quatro caras novas à disposição: Jardel, Fejsa, Rafa e Jota. Salvio, apesar de recuperado de lesão, continuará ausente.

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E o adversário que Lage quer vencer para depois “ir para casa ver o Canal Panda” e “voltar no dia seguinte”, é liderado por um austríaco que chegou à Bundesliga com pouca fama, mas com um currículo que não passou despercebido aos responsáveis pelo Eintracht. Antigo internacional austríaco, Adi Hütter, de 49 anos, estreou-se como técnico principal no escalão sénior em 2009, no SCR Altach, e começou a ser notícia no final da época 2013-14 ao colocar o modesto SV Grödig no 3.º lugar da Liga austríaca. O brilharete abriu-lhe as portas do Red Bull Salzburgo onde Hütter conquistou o campeonato e a Taça.

Apesar do êxito, deixou no final dessa época o principal clube do seu país e viajou para Berna, com a missão de liderar o Young Boys e tentar colocar um ponto final na hegemonia do Basileia no futebol suíço. Nos dois primeiros anos, Hütter foi vice-campeão, mas na temporada passada o Young Boys ganhou o seu primeiro campeonato em 33 anos com 15 pontos de vantagem sobre o Basileia.

Sem surpresa, o técnico austríaco passou a estar no radar de clubes das principais ligas europeias, e Hütter acabou por aceitar o convite para viajar para Frankfurt. “O Adi vive para o desporto e tem um currículo que impressiona, já que mostrou por todos os clubes que passou que consegue potenciar o melhor de cada equipa. É perfeito para o nosso clube”, disse Fredi Bobic, director desportivo do rival do Benfica, quando Hütter foi apresentado como o sucessor de Niko Kovac, que tinha acabado de trocar Frankfurt por Munique.

Quase um ano depois, Bobic não estará certamente defraudado. Despromovido em 2010-11, o Eintracht Frankfurt regressou à Bundesliga no ano seguinte, mas sempre com participações medianas. A excepção foi no ano a seguir a subir, quando obteve a 6.ª posição e um lugar na Liga Europa, onde foi eliminado no ano seguinte pelo FC Porto após dois empates (3-3 em Frankfurt; 2-2 no Porto).

Agora, com Hütter, o Eintracht é 4.º na Bundesliga e está a seis jornadas de garantir uma inédita presença na Liga dos Campeões, e alcançar a melhor classificação dos últimos 26 anos. Pelo meio, há ainda a hipótese de voltar a uma final europeia, um palco que a equipa de Frankfurt não pisa há quatro décadas.