Netanyahu a caminho de um quinto mandato no Governo de Israel

Resultados prvisórios indicam que o primeiro-ministro está bem posicionado para formar Governo com os partidos do centro-direita que o apoiam.

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Ao fim de várias horas de incerteza, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, está cada vez mais perto de assegurar um quinto mandato à frente do Governo do país. Com 97% dos votos contados nas eleições de terça-feira, o seu Likud tem tantos lugares no parlamento como o principal rival, a Aliança Azul e Branca, mas o apoio anunciado dos partidos do centro-direita e da direita é suficiente para lhe dar a maioria governativa.

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Ao fim de várias horas de incerteza, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, está cada vez mais perto de assegurar um quinto mandato à frente do Governo do país. Com 97% dos votos contados nas eleições de terça-feira, o seu Likud tem tantos lugares no parlamento como o principal rival, a Aliança Azul e Branca, mas o apoio anunciado dos partidos do centro-direita e da direita é suficiente para lhe dar a maioria governativa.

Na noite de terça-feira, tanto Netanyahu como o líder da Aliança Azul e Branca, Benny Gantz, clamaram vitória nas eleições, depois de as sondagens à boca das urnas terem dado sinais contraditórios: uma previa um empate de 36 deputados entre o Likud e a Aliança Azul e Branca; outra dava uma pequena vitória a Netanyahu; e outra ainda previa uma vantagem de Benny Gantz. 

À medida que as horas foram passando, tornou-se claro que o Likud e a Aliança Azul e Branca conquistaram 35 lugares cada, segundo o site do Knesset (Parlamento israelita). A confirmar-se este resultado, o Likud ganha cinco lugares e fica numa posição privilegiada para liderar um Governo com o apoio dos outros partidos do centro-direita e da direita.

Segundo o jornal Haaretz, os partidos ultra-ortodoxos Shas e Judaísmo Unido da Torah têm oito deputados cada; o Yisrael Beiteinu e a União dos Partidos da Direita têm cinco cada; e o Kulanu, do antigo ministro das Finanças Moshe Kahlon, tem quatro. No total, as formações do centro-direita e da direita têm 65 deputados.

Do outro lado, no centro-esquerda, o Partido Trabalhista e o Hadash-Ta'al, de maioria árabe, têm seis deputados cada; e o Meretz e o Balad têm quatro deputados cada. Somando tudo, com os 35 deputados da Aliança Azul e Branca, o bloco do centro-esquerda tem 55 lugares no Knesset.

Assim que os resultados finais forem conhecidos, o que deve acontecer na sexta-feira, o Presidente Reuven Rivlin vai perguntar aos partidos que conquistaram lugares no parlamento quem apoiam para o cargo de primeiro-ministro. Depois, designará o líder desse partido para tentar formar uma coligação de Governo num período de 28 dias, com uma possível extensão de duas semanas.

Um referendo a Netanyahu

Há dezenas de partidos, muitos candidatos, tendências políticas muito diferentes, mas as eleições em Israel eram vistas como uma corrida entre Benjamin Netanyahu, que venceu três eleições consecutivas (e uma antes destas) e está no Governo há dez anos seguidos (e uma vez antes), e Benny Gantz, de algum modo o seu contrário, um antigo chefe do Exército que fundou um partido há poucos meses.

Netanyahu, do Likud (centro-direita), fortaleceu a imagem internacional de Israel, manteve o país seguro face a várias ameaças, conseguiu aumentar alianças (mesmo que algumas com líderes controversos como Rodrigo Duterte, das Filipinas, ou Viktor Orbán, da Hungria). As recentes ajudas de Washington e de Moscovo não passaram despercebidas: o Presidente norte-americano, Donald Trump, disse que iria reconhecer a soberania israelita sobre os Montes Golã; e o líder russo, Vladimir Putin, ajudou a fazer voltar a Israel o corpo de um soldado desaparecido em combate no Líbano há 37 anos.

Se for eleito, Netanyahu ficará na História do Estado israelita como o primeiro-ministro que mais tempo ficou no cargo.

Mas também poderá ficar na História como o primeiro chefe de Governo a ser acusado enquanto está em funções: o procurador-geral já disse que prepara a acusação e que esta está apenas dependente de ouvir Netanyahu, um procedimento formal.

Por isso, as eleições de terça-feira eram vistas também como uma espécie de referendo ao carácter de Benjamin Netanyahu e à sua postura perante as alegações de corrupção.

"Vitória colossal"

“É uma vitória colossal”, disse Netanyahu aos seus apoiantes num discurso, ao fim da noite de terça-feira, na sede do Likud. O primeiro-ministro israelita disse que irá formar Governo “rapidamente”.

No poder desde 2009, e tendo liderado o país num total de 13 anos incluindo o seu primeiro mandato na década de 1990, Netanyahu tem vindo a lutar pela sua sobrevivência política, por causa das suspeitas de corrupção.

O seu rival Benny Gantz, um antigo general de 59 anos, também reclamou vitória na noite de terça-feira, apontando para uma sondagem à boca das urnas que mostrava o seu partido à frente do Likud em número de lugares no Knesset: "Nós somos os vencedores”, disse Gantz. “Queremos agradecer a Benjamin Netanyahu o seu serviço à nação.”