Portugueses deitam 200 mil toneladas de roupa para o lixo todos os anos

Em todo o mundo, compra-se 60% mais roupa que em 2000. Em resultado, mais roupa velha segue para o lixo, e ainda não existem estruturas para a reciclagem destes resíduos.

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evr Enric Vives-Rubio

Cerca de 200 mil toneladas de roupa foram detectadas em 2017 pelas entidades processadoras de resíduos urbanos, o que representa cerca de 4% do total de resíduos produzidos em Portugal, indica a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), citada pelo Diário de Notícias.

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Cerca de 200 mil toneladas de roupa foram detectadas em 2017 pelas entidades processadoras de resíduos urbanos, o que representa cerca de 4% do total de resíduos produzidos em Portugal, indica a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), citada pelo Diário de Notícias.

O facto de os portugueses estarem a comprar roupa mais frequentemente poderá estar na origem do problema. De acordo com a organização ambientalista internacional Greenpeace, cada pessoa compra, em média, mais 60% das peças de roupa que comprava em 2000, mantendo a roupa metade do tempo do que mantinha antes. Este é um problema ambiental grave, já que a indústria têxtil é uma das mais poluentes do mundo.

“A maior parte da roupa é sintética, provém do petróleo. Estamos a vestir-nos de plástico. Cada vez mais deixamos de comprar roupa de algodão”, explicou a coordenadora do Centro de Informação de Resíduos da Quercus, Carmen Lima, ao Diário de Notícias.

Carmen Lima acrescenta que se verifica ainda um impacto ambiental associado às tintas utilizadas pela indústria têxtil, que acabam por contaminar os rios. Também as emissões atmosféricas de gases de efeito estufa são uma constante ao longo do processo de produção e de transporte das roupas.

Outro problema que faz da indústria da moda uma das principais inimigas do ambiente está relacionado com a reciclagem. De acordo com a Associação Portuguesa do Ambiente (APA), citada pelo DN, “não existindo recolha selectiva de resíduos [têxteis], a sua recolha é feita em conjunto com a fracção indiferenciada, pelo que o destino será aterro, valorização energética ou, nalgumas situações, produção de combustível derivado de resíduos”.

Segundo a APA, a recolha selectiva de resíduos têxteis vai ser obrigatória a partir de 1 de Janeiro de 2025.