Pedrógão Grande: Cristas questiona se Governo tem alguma coisa a esconder sobre incêndio
Líder centrista garante que as eleições europeias serão o momento perfeito para os portugueses “censurarem” o Governo.
A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, disse na noite de sábado que se o Governo não quer divulgar informação sobre o incêndio de 2017 em Pedrógão Grande é porque “tem alguma coisa a esconder”.
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A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, disse na noite de sábado que se o Governo não quer divulgar informação sobre o incêndio de 2017 em Pedrógão Grande é porque “tem alguma coisa a esconder”.
“Lembremo-nos bem que António Costa foi o ministro que negociou e renegociou o SIRESP. Portanto, se não quer divulgar informação, é porque tem alguma coisa a esconder”, afirmou.
Assunção Cristas referia-se a uma notícia divulgada no sábado pelo PÚBLICO, segundo a qual o Ministério da Administração Interna foi intimado pelo Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa a fornecer um conjunto de informações requeridas pela publicação, entre as quais um relatório sobre as falhas da rede de emergência nacional - SIRESP durante o incêndio de Pedrógão Grande.
A líder do CDS-PP criticou, assim, a “falta de transparência” do executivo, falando de “um Governo que não entrega a informação e que é preciso ser instado por um tribunal para dar informação sobre matérias relevantes relacionados com os incêndios de Pedrógão Grande”.
Falando para algumas centenas de militantes que participavam num jantar, em Felgueiras, no distrito do Porto, Assunção Cristas acrescentou: “Neste ponto [falta de transparência], infelizmente, já conhecemos António Costa, mesmo quando era presidente da Câmara de Lisboa. É conhecido que, mesmo instado pelo tribunal, até à última instância, tentou guardar para si toda a informação que não lhe é conveniente”.
“Sim, António Costa e o seu Governo merecem ser censurados nas eleições de Maio, que são já as primeiras. Merecem ver um cartão encarnado”, reforçou a presidente do CDS-PP.
Cristas defendeu que o Governo merece, também, “ser censurado” já nas eleições europeias, “pela promiscuidade entre o Estado e a grande família socialista”.
“O Partido Socialista usa e abusa. Entra no Estado como se fosse a sua casa. Primeiro, à vontade, depois, à vontadinha. Aquilo que nós temos é um Partido Socialista que acomoda a sua família num número escandaloso e que nos leva a olhar e a perguntar quando é que isto tem limite”, afirmou.
A dirigente democrata-cristã prosseguiu, referindo que a censura ao Governo deve acontecer para “se perceber que o Estado não é a casa de alguns partidos”.
Cristas considerou ainda que as eleições europeias e legislativas serão o momento “para todos os portugueses que não se revêem neste Governo o censurarem, de forma absolutamente clara e inequívoca”.
“É o momento para dizerem que não estão contentes com este Governo, com o que andou a fazer na Europa, basta ver que nós temos a pior execução dos fundos comunitários, mas também o pior trabalho a nível nacional”, disse, reafirmando que o CDS é uma “fortíssima oposição ao Governo socialista e ao Governo das esquerdas unidas”.
“Somos uma fortíssima oposição a uma lista europeia [do PS] encabeçada por um ex-ministro que é o campeão do desinvestimento no nosso país”, acrescentou.
“Por alguma razão, o primeiro-ministro anda sempre atrás dele [Pedro Marques] e procura, de alguma forma, escondê-lo ou silenciar a sua presença”, rematou.