Merkel disposta a apoiar pedido de May para extensão curta da data “Brexit”

Theresa May pediu ao presidente do Conselho Europeu um prolongamento curto do prazo para o “Brexit” até 30 de Junho.

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A chanceler alemã Angela Merkel Reuters/CLODAGH KILCOYNE

A chanceler alemã Angela Merkel mostrou-se disponível para apoiar o pedido da primeira-ministra britânica Theresa May para uma nova extensão curta da data do “Brexit”, pressionando assim o Parlamento britânico a aceitar o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia.

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A chanceler alemã Angela Merkel mostrou-se disponível para apoiar o pedido da primeira-ministra britânica Theresa May para uma nova extensão curta da data do “Brexit”, pressionando assim o Parlamento britânico a aceitar o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia.

Esta sexta-feira, Theresa May endereçou um novo pedido ao presidente do Conselho Europeu, que deverá ser discutido na cimeira extraordinária de quarta-feira em Bruxelas. A primeira-ministra britânica apela a um prolongamento de curto do prazo para a aplicação do artigo 50.º. A governante do Reino Unido pede uma extensão da negociação até 30 de Junho, a mesma data que foi rejeitada, há duas semanas, pelos 27 chefes de Estado e pelo Governo da União Europeia. 

Quando negaram o pedido - com o argumento de que a data interferia com o calendário das eleições europeias, pondo assim em causa a legitimidade do futuro Parlamento Europeu, e de que continuava a não existir uma maioria na Câmara dos Comuns que assegurasse a aprovação do acordo -, os líderes europeus fixaram uma nova data-limite para o “Brexit”, a 12 de Abril. Para já, esta é a data nos calendários até a qual os britânicos podem aprovar o acordo de saída, solicitarem um adiamento prolongado das negociações ou conformarem-se com um “Brexit” caótico.

No documento que enviou a Tusk, May garante que a política do seu Governo sempre foi a de “sair da UE de forma ordenada e sem atrasos”, mas reconhece que sem um novo adiamento do prazo, o cenário no dia 12 de Abril será o de uma saída sem acordo.

Nesta sexta-feira, o presidente do Conselho Europeu Donald Tusk avançou com uma proposta de uma “extensão flexível”, sugerindo que seja concedido um adiamento de um ano para que, internamente, o Reino Unido possa decidir entre a aprovação do acordo de separação (e uma saída ordenada) ou um reposicionamento com uma nova estratégia para o “Brexit”.

O apoio de Berlim seria uma grande ajuda para May, pois a data de 30 de Junho não teve boa receptividade entre outros líderes europeus, nomeadamente o Presidente francês, Emmanuel Macron. O diário britânico Guardian diz que Angela Merkel teme que a proposta de Donald Tusk​ seja contraproducente, ao aliviar a urgência de os deputados britânicos ratificarem o acordo de saída do Reino Unido que May assinou com a UE, e que foi já por três vezes rejeitado.

Macron e o primeiro-ministro irlandês Leo Varadkar afirmam que um novo adiamento da saída britânica da UE tem de ser sustentado por um plano concreto. “Não podemos passar os próximos meses a tentar discutir, uma vez mais, quais os termos do nosso divórcio e a lidar com o passado”, disse o chefe de Estado francês.

Embora do lado do Labour os sinais sobre as conversações com o Governo sejam exactamente em sentido contrário, no sábado, em Bucareste, o ministro das Finanças britânico, Philip Hammond, deu a entender que um acordo com os trabalhistas poderá estar para breve. “Estou optimista sobre alçarmos um acordo com o Labour e com a cimeira de quarta-feira”, disse. “Não há linhas vermelhas” nas negociações com o Partido Trabalhista, incluindo no sobre possibilidade de um segundo referendo, frisou.