Jerónimo diz que PCP está a ser alvo de campanha de ódio e difamação

O líder comunista atribuiu responsabilidades aos que estão contra a decisão do PCP em apoiar a solução governativa e as medidas implementadas ao nível dos salários e dos impostos.

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Jerónimo de Sousa durante a XI Assembleia de Organização Regional de Castelo Branco ANTÓNIO JOSÉ/LUSA

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou este sábado que o partido está a ser alvo de uma campanha de ódio e difamação por ter estragado a “festa” e viabilizado uma nova solução política.

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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou este sábado que o partido está a ser alvo de uma campanha de ódio e difamação por ter estragado a “festa” e viabilizado uma nova solução política.

“Por isso mesmo, este ódio, estes ajustes de contas, as infâmias, a mentira, a manipulação a que o nosso partido está sujeito têm a ver com esta causa funda: estragámos-lhe a festa e comprometemos as suas ambições e os seus interesses. Pois, fazem de facto uma campanha muito forte, mas, camaradas, não nos intimidam”, afirmou.

Jerónimo de Sousa falava na Covilhã, distrito de Castelo Branco, durante a sessão de encerramento da XI Assembleia da Organização Regional de Castelo Branco.

Sem detalhar quais os casos de infâmia e mentira a que se referia, o líder comunista atribuiu responsabilidades dessa campanha aos que estão contra a decisão do PCP em apoiar a solução governativa, bem como contra as medidas implementadas ao nível dos salários e dos impostos, entre outras.

“Os centros do grande capital e seus seguidores não perdoam ao PCP. Por termos estragado a festa - eu diria o festim - com que se preparavam para acabar com o resto durante estes quatro anos que passaram”, afirmou.

Lembrando a história de luta do PCP contra o fascismo, Jerónimo de Sousa também afiançou que o PCP não se intimida com estas campanhas.

Ao longo da intervenção distribuiu ainda várias críticas por PSD, CDS e PS, sublinhando os momentos e as políticas em que estes partidos “estão unidos e bem unidos”, apesar das guerras “de palavras” para tentarem mostrar “inexistentes diferenças”.

A meta do défice orçamental de 2018 e a estimativa que aponta que se tenha ido além do estimado também foi censurada pelo secretário-geral do PCP, para quem esta é “uma opção errada face aos muitos problemas e atrasos que o país enfrenta”.

Segundo salientou, tal também está a ser usado pelos partidos de direita para manterem o discurso em defesa do aumento de impostos, dando como exemplo as recentes declarações do antigo Presidente da República Cavaco Silva.

“Percebe-se a zanga recente de Cavaco Silva quando zurziu na redução do IVA da restauração. Até pôs em contraponto com o SNS. Curiosamente, um quadro do PSD está a fazer o programa eleitoral e, curiosamente, aparece com uma proposta neste sentido: pôr a pagar o IRS quem está, neste momento, isento”, disse.

A falar num concelho do interior do país, o líder comunista também não esqueceu os problemas do território, reiterou o compromisso do PCP na luta pela sua resolução e ainda questionou a falta de notícias recentes do Movimento pelo Interior.

“Onde é que anda esse Movimento pelo Interior, que fez tanto barulho, tanta coisa e que, de repente [desapareceu], com o chamado processo de descentralização de PS/PSD. Será que desapareceram por causa do frio ou por causa da posição do PS e PSD?”, questionou.