Weimar foi o berço da Bauhaus e inaugura novo museu dedicado ao movimento

O edifício minimalista foi desenhado pela arquitecta alemã Heike Hanada e destaca a história da Bauhaus, explorando questões relacionadas com o design nos dias de hoje e no futuro.

Foto
O edifício do museu foi projectado pela arquitecta Heike Hanada FILIP SINGER/ EPA

O novo museu da Bauhaus, inaugurado esta sexta-feira em Weimar durante as celebrações do centenário da escola de arte, arquitectura e design, pretende ser “um local de experimentação, discussão aberta e experiência sensorial”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O novo museu da Bauhaus, inaugurado esta sexta-feira em Weimar durante as celebrações do centenário da escola de arte, arquitectura e design, pretende ser “um local de experimentação, discussão aberta e experiência sensorial”.

O novo museu minimalista, focado na fase inicial da escola fundada por Walter Gropius, em 1919, tem o formato de um cubo, com uma “impressionante iluminação nocturna”, apresentando a colecção mais antiga da Bauhaus num espaço de dois mil metros quadrados, revela a Fundação Klassik de Weimar.

O espaço, desenhado pela arquitecta alemã Heike Hanada, destaca a história da Bauhaus, explorando questões relacionadas com o design nos dias de hoje e no futuro. Parte da pergunta de Gropius: “Como queremos viver juntos?”

“No centro do nosso conceito está o objectivo de apresentar o modernismo como uma batalha de ideias concorrentes, exemplificada pelos objectos expostos (...). O aparecimento da Bauhaus há 100 anos recorda-nos que também somos os projectistas do nosso mundo e devemos continuar assim”, revela Hellmut Seemann, o presidente da Fundação Klassik de Weimar.

Foram necessários “muitos anos de planeamento e construção”, destaca Heike Hanada, sublinhando que “o momento finalmente chegou”. “É a conclusão de um prédio com uma impressionante presença urbanística. O museu é reduzido a uma forma claramente definida. O edifício de betão cinza claro dá ao cubo uma estabilidade e solidez dinâmica. A ligação entre a cidade e o parque foi muito importante para mim, já que o museu é definido pela sua função na esfera pública. Isso reflecte-se nos espaços abertos e nas escadas em cascata que convidam as pessoas a passear”, descreve a arquitecta.

A escola Bauhaus abriu em 1919 em Weimar, mas mudou-se em 1925 para Dessau devido à pressão económica e política exercida pelo partido político de Hitler, que ganhava cada vez mais poder no sul do país. O regime nazi acabaria por conduzi-la ao encerramento definitivo em 1933.

O novo museu foi construído nas proximidades do Gauforum, edifício construído precisamente na época do nazismo, em 1937, que acolhe a exposição permanente Trabalhos Forçados, algo que foi propositado. “Permite-nos não apenas discutir as ideias desta influente internacionalmente escola de arte, arquitectura e design, mas também discutir as rupturas e ambivalências do modernismo que convergem em Weimar”, sublinha Benjamin-Immanuel Hoff, ministro da Cultura da Turíngia, que se congratulou por ter sido possível planear e construir o museu dentro do prazo.

As celebrações da inauguração do novo museu da Bauhaus em Weimar estendem-se durante todo o fim de semana com concertos, leituras, projecção de filmes, teatro, música electrónica, entre outros. A entrada, durante estes dois dias, é gratuita.