Autoridade Rodoviária diz que jovens são o grupo mais problemático na condução sob efeito de álcool
Rui Ribeiro afirma que o limite de velocidade em zonas urbanas vai diminuir para os 30km por hora, de forma a reduzir os atropelamentos e as suas consequências.
Os jovens com idades entre os 21 e os 29 anos são o escalão etário mais problemático na condução rodoviária sob efeito de álcool, disse nesta sexta-feira, em Coimbra, o presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
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Os jovens com idades entre os 21 e os 29 anos são o escalão etário mais problemático na condução rodoviária sob efeito de álcool, disse nesta sexta-feira, em Coimbra, o presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
Segundo Rui Ribeiro, em Portugal regista-se ainda assim uma diminuição no número de vítimas com álcool acima do permitido, mas em sentido contrário sobe o número de condutores falecidos sob efeito de substâncias psicotrópicas. “Entre 2004 e 2018, a percentagem de condutores falecidos com álcool acima do permitido baixou de 40% para 30%, enquanto nos últimos 10 anos aumentou de 6% para 12% a percentagem de condutores falecidos que estavam sob efeito de substâncias psicotrópicas”, frisou.
Rui Ribeiro intervinha numa sessão sobre “Violência, sinistralidade rodoviária, abuso de álcool e consumo de drogas ilícitas e contextos recreativos nocturnos”, inserida no 1.º Fórum “Noite Saudável das Cidades do Centro de Portugal”, promovido pela Fundação Bissaya Barreto. E aproveitou para explicar que, em breve, Portugal vai reduzir o limite de velocidade em zonas urbanas para os 30km por hora, de forma a reduzir os atropelamentos e as suas consequências. “Se um automóvel embater numa pessoa a 30km por hora, o peão tem 80% de probabilidade de sobreviver, enquanto se o embate for a 50 quilómetros por hora a probabilidade reduz-se para 20%”, sublinhou.
Na sessão plenária participaram ainda José Goulão, director-geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) e Miguel Xavier, director do Plano Nacional de Saúde Mental da Direcção-Geral de Saúde.
Volta aos consumos, o presidente da ANSR considerou que é “necessário fazer alguma coisa ao nível da eficácia da fiscalização [de substâncias ilícitas]”, caso contrário o país seguirá o mesmo caminho de Espanha, “em que ao fim da tarde a taxa de álcool é quase nada e as drogas bastante”.
Apesar de tudo, Rui Ribeiro considerou que Portugal é um caso de sucesso no decréscimo de vítimas mortais resultantes da sinistralidade rodoviária, estando muito próximo da média europeia. “Em 1997 estávamos afastados da média europeia em 98% e em 2017 já estamos pertinho da média europeia”, salientou.
Rui Ribeiro recordou que, em 1996, Portugal registou 2100 vítimas de acidentes rodoviários, número que foi baixando e que atingiu em 2018 as 512 vítimas, ligeiramente superior às registadas em 2017, o que equivale à queda de três aviões A320.
O presidente da ANSR considerou que a sinistralidade rodoviária deveria ser encarada como um problema de saúde pública e sublinhou que, “se não tivesse sido feito nada teríamos hoje uma situação catastrófica”.
“Tivemos um sucesso enorme, mas estamos a chegar a uma zona de estagnação que já é comum em toda a Europa”, disse Rui Ribeiro, realçando que os “carros são hoje mais tolerantes ao erro humano e as estradas estão mais bem construídas”.