Governo promete 600 milhões em dois anos para a Indústria 4.0
Após dois anos de demonstrações, o executivo lança segunda fase do i4.0, para apoiar a transformação digital, com linhas de crédito e financiamento para inovação produtiva.
Dois anos depois de lançar o programa destinado à digitalização da economia, o Governo prepara-se para lançar a segunda fase da iniciativa Indústria 4.0 (i4.0). O pontapé de saída será dado na próxima terça-feira, com uma cerimónia simbólica em Guimarães, onde serão apresentados os três eixos de intervenção, para os quais o executivo reserva 600 milhões de euros para um horizonte de dois anos.
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Dois anos depois de lançar o programa destinado à digitalização da economia, o Governo prepara-se para lançar a segunda fase da iniciativa Indústria 4.0 (i4.0). O pontapé de saída será dado na próxima terça-feira, com uma cerimónia simbólica em Guimarães, onde serão apresentados os três eixos de intervenção, para os quais o executivo reserva 600 milhões de euros para um horizonte de dois anos.
Uma das novidades, no eixo da capacitação, é a criação, em parceria com o Instituto do Emprego e da Formação Profissional e o Ministério do Trabalho e da Segurança Social, de uma rede de academias i4.0, para desenvolver planos de qualificação dos trabalhadores. “Vão adequar-se os conhecimentos para permitir às empresas a transição, de forma inclusiva e com base em emprego qualificado, para a i4.0”, diz fonte do ministério da Economia ao PÚBLICO.
“O que se está a passar em vários sectores, nomeadamente industriais, é uma autentica revolução que vai abalar sectores inteiros. Quem não se preparar simplesmente não vai ter condições de participar e corre até o risco de desaparecer”, sublinha Pedro Matias, presidente do Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ). “A aposta na Indústria 4.0 é absolutamente crucial para a subida na cadeia de valor da indústria e das empresas portuguesas a nível internacional e para o aumento das exportações com valor acrescentado”, acrescenta.
Um dos pilares desta “revolução” é a “crescente fusão entre o mundo físico e o universo digital”, refere por seu lado António Cunha, administrador do CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto. Tal como o ISQ, tem sido um dos parceiros do i4.0. E é nessa perspectiva que depois de uma primeira fase centrada na demonstração e mobilização, o Governo pretende dar mais um passo que seja sobretudo “transformador”.
Para tal, definiu que haverá “soluções de crédito adequadas” para financiar a experimentação de métodos e tecnologias i4.0, suportar o crescimento e a transição digital das empresas. Estas continuarão a contar com uma ferramenta para medir a maturidade digital e serão desafiadas a manter um diálogo com a academia através de um Roteiro para o Conhecimento i4.0. No terceiro trimestre de 2019 serão ainda lançados novos apoios para a inovação produtiva, com a criação de plataformas colaborativas e formação em cibersegurança, diz a mesma fonte governamental.
O ministério da Economia garante que houve uma execução de 95% das 64 medidas da primeira fase, que assentou em seis eixos. Na segunda fase, estes passam de seis para três, cuja estrutura e conteúdo foi elaborado com meia centena de parceiros, segundo o Governo.
“Para a Siemens este programa é de grande relevância estratégica porque tem tido a capacidade de mobilizar em torno de um tema que é sinónimo de competitividade e prosperidade económica”, atesta o presidente da Siemens Portugal, Pedro Pires de Miranda, dando como exemplo o i-Experience Center 4.0, em Alfragide, por onde passaram 360 empresas, startups e universidades. “Vamos continuar a investir em laboratórios aplicacionais de alto nível tecnológico e em novos centros de experimentação em Lisboa, na zona centro do país e no Porto”, acrescenta.