A Guerra dos Tronos é a série preferida para esconder vírus
Há cada vez mais formas de ver televisão legalmente, mas a pirataria continua a ser popular e os cibercriminosos aproveitam-se disso.
Episódios pirateados das séries de televisão A Guerra dos Tronos, Arrow e The Walking Dead são os preferidos dos cibercriminosos para esconder conteúdo malicioso e roubar o acesso ao computador de alguém. Um quinto de todos os ataques vêm em episódios ilegais da série inspirada na fantasia medieval de George R.R. Martin, e o primeiro de todos – Winter is Coming – é o que mais vem com vírus acompanhado.
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Episódios pirateados das séries de televisão A Guerra dos Tronos, Arrow e The Walking Dead são os preferidos dos cibercriminosos para esconder conteúdo malicioso e roubar o acesso ao computador de alguém. Um quinto de todos os ataques vêm em episódios ilegais da série inspirada na fantasia medieval de George R.R. Martin, e o primeiro de todos – Winter is Coming – é o que mais vem com vírus acompanhado.
A informação surge num relatório recente da empresa de antivírus Kaspersky, que olha para o panorama mundial da pirataria numa altura em que surgem cada vez mais formas de ver televisão legalmente através da Internet (em Portugal, a Netflix e a HBO são algumas das plataformas de subscrição já disponíveis).
“Embora a forma de vermos televisão esteja a mudar rapidamente, o conteúdo por si só continua a ter muita procura e os utilizadores optam por todos os meios disponíveis para o obter – incluindo métodos ilegais e pouco éticos como a pirataria”, explicam os especialistas da Kaspersky na apresentação do relatório.
Os dados mais recentes da empresa sobre pirataria são de 2017. Só nesse ano, a empresa identificou mais de 300 mil milhões de visitas a sites piratas em todo o mundo. É um aumento de 1,6% em relação ao ano anterior. A maioria vem dos EUA, seguido da Rússia, e da Índia.
Para descobrir onde mais se esconde conteúdo malicioso, a Kaspersky compilou uma lista das 31 séries mais populares em todo o mundo com base em fontes especializadas como o IMDB e o Rotten Tomatoes, e rankings das séries preferidas para descarregar ilegalmente. Ao analisar a amostra, descobriu-se que havia 126.340 casos de pessoas a serem afectadas por vírus nos episódios dessas séries. É menos um terço do valor do ano anterior: ou seja, apesar das visitas aos sites piratas continuarem a aumentar, há menos pessoas a instalar vírus por engano.
Com a temporada final de A Guerra dos Tronos a chegar, os especialistas da Kaspersky alertam, no entanto, que “é muito provável que exista um aumento na quantidade de conteúdo malicioso disfarçado de novos episódios”. Em 2018, programas maliciosos escondidos nos episódios da série de fantasia medieval afectaram perto de 30 mil utilizadores, mesmo sem episódios novos a sair e depois de a série ter perdido o título de “mais pirateada do mundo” para The Walking Dead.
As ameaças mais frequentes que vêm escondidas nas séries são ficheiros do tipo “not-a-virus” e “not-adware”. Tal como os próprios nomes indicam não se tratam de programas maliciosos, mas podem levar um computador a tarefas indesejadas. Por exemplo, instalar adware traz anúncios indesejados, permite recolher dados dos utilizadores (para publicidade segmentada), e pode alterar os resultados de pesquisas online.
“Ao contrário dos recursos legítimos, os torrents e os arquivos neles hospedados podem conter um arquivo que parece ser um episódio de uma série, mas que é, na verdade, um programa malicioso com um nome semelhante e que tem como objectivo de atacar o utilizador”, notam os autores do relatório da Kaspersky.
Também é comum encontrarem-se vírus como o trojan (ou “cavalo de tróia”, programa que se aloja no computador com fins ilícitos) que pode ser utilizado para roubar palavras-passe ou utilizar o computador de outras pessoas, sem estas saberem, para criar criptomoedas. Com isto, os criminosos conseguem obter lucro ao ignorar a maior despesa envolvida nessa actividade – gasto de energia eléctrica.