PSD quer saber quem omitiu perdas na Caixa, PS quem falhou na supervisão
O PSD pede ao banco público que diga que créditos foram registados como não estando em incumprimento, quando, na verdade, não estavam a ser pagos.
A comissão de inquérito à CGD entrou em velocidade cruzeiro e, de parte a parte, já se começa a perceber a senda que os partidos estão a tomar neste inquérito. O PSD pediu esta terça-feira dados à Caixa Geral de Depósitos sobre créditos que terão sido registados como estando regulares e que, na verdade, estavam em incumprimento. E o PS quer saber quem falhou afinal na supervisão.
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A comissão de inquérito à CGD entrou em velocidade cruzeiro e, de parte a parte, já se começa a perceber a senda que os partidos estão a tomar neste inquérito. O PSD pediu esta terça-feira dados à Caixa Geral de Depósitos sobre créditos que terão sido registados como estando regulares e que, na verdade, estavam em incumprimento. E o PS quer saber quem falhou afinal na supervisão.
Os dois partidos entregaram esta terça-feira dois requerimentos a pedir mais informação. Os sociais-democratas querem que a CGD envie “toda a informação sobre os créditos que foram registados ‘sem incumprimento’ quando tal não era verdade” e pedem ainda ao Tribunal da Relação todos os elementos reunidos que não estejam em segredo de justiça sobre este caso.
Em causa está o facto de o Ministério Público, no processo que está ainda em investigação, avançar que tem suspeitas que as contas do banco público não reflectiam a realidade da CGD, havendo “omissão de alguns registos de incumprimento”, nomeadamente nos casos de alguns “clientes que apresentavam operações vencidas e sido pagas foram classificadas no segmento ‘créditos sem incumprimento'”, quando na verdade não tinham sido.
Já os socialistas fazem um flashback até à audição de Vítor Constâncio na semana passada, quando o ex-governador admitiu que poderá ter havido “falhas na supervisão”, mas que esse não era um trabalho que fosse da sua tutela, mas do vice-governador que tinha a responsabilidade da supervisão. Acontece que o seu número dois no Banco de Portugal, António Marta, faleceu em 2015.
No entanto, o PS quer saber mais sobre a supervisão e entregou um requerimento a perguntar ao Banco de Portugal a “identificação de toda a estrutura hierárquica que, em 2007, constituía o Departamento de Supervisão Bancária, altura em que esta instituição elaborou os relatórios de auditoria à CGD”.