Sorrisos, abraços e uma selfie cimentam acordo entre Grécia e Macedónia
Alexis Tsipras é o primeiro líder grego a visitar o vizinho do Norte desde a sua independência em 1991. Promete ser o maior defensor da sua adesão à União Europeia.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, foi recebido em Skopje com todas as honras – incluindo uma selfie com o seu homólogo Zoran Zaev. Foi uma visita “histórica”, disseram ambos, já que nenhum líder grego visitara a Macedónia do Norte depois da independência do território em 1991.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, foi recebido em Skopje com todas as honras – incluindo uma selfie com o seu homólogo Zoran Zaev. Foi uma visita “histórica”, disseram ambos, já que nenhum líder grego visitara a Macedónia do Norte depois da independência do território em 1991.
A antiga república jugoslava mudou oficialmente o nome para Macedónia do Norte e prometeu abdicar de qualquer pretensão à cultura grega antiga e à figura de Alexandre, o Grande, abrindo caminho para o fim da oposição do Governo de Atenas à entrada de Skopje na NATO e na União Europeia, após um acordo assinado em Junho de 2018.
Tsipras chegou ontem a Skopje usando a “auto-estrada da Amizade”, como a Macedónia a renomeou. Antes era chamada Alexandre, o Grande, o que deixava os gregos furiosos com o que diziam ser a apropriação da figura de Alexandre. Atenas via ainda atrás disso ambições territoriais da Macedónia do Norte sobre a província grega da Macedónia, cuja capital é Salónica, a segunda maior cidade da Grécia.
Mas durante meses foi difícil acreditar que o acordo cuja defesa foi protagonizada por Tsipras e Zaev iria mesmo ser aprovado, com negociações difíceis nos parlamentos em ambos os países.
Na Grécia, a questão levou mesmo a que Tsipras perdesse o seu parceiro de coligação no Governo, os Gregos Independentes, e ficasse com um Governo minoritário. Uma sondagem recente mostrou que 73 % dos gregos “provavelmente discordam” do acordo.
Na Macedónia do Norte, um referendo não teve participação suficiente e levou a uma longa disputa. O Presidente, Gjorge Ivanov, criticou o primeiro-ministro pelo acordo.
O facto de ambos os líderes terem conseguido, embora com recurso a manobras políticas criticadas por muitos, finalmente resolver uma questão que há décadas parecia inultrapassável fez com quem fossem considerados candidatos ao Nobel da Paz. O acordo entrou em vigor em Fevereiro deste ano.
A visita de Tsipras pretendeu ser um cimentar deste clima de boa vontade mútua pós-acordo. O primeiro-ministro grego viajou numa comitiva de dez pessoas, incluindo outros membros do Governo e representantes de empresas, para assinar vários acordos de cooperação, de comércio e defesa.
“A Grécia vai ser o vosso principal aliado e protector em relação a estabilidade política, cooperação económica e desenvolvimento”, declarou Tsipras, classificando o dia como “histórico”.
Zoran Zaev escreveu no Twitter, legendando a selfie com Tsipras: “O primeiro-ministro da Grécia visita a Macedónia do Norte. Um dia verdadeiramente histórico”.