Quase 40 anos depois, Zé Gato está na RTP Arquivos
Os 13 episódios da série da RTP2 de 1979 co-criada por Dinis Machado e João Miguel Paulino em que Orlando Costa fazia de polícia estão disponíveis na Internet.
Em Dezembro de 1979, a RTP2, que começou nesse ano a ter programação própria e a não ser só retransmissora dos conteúdos da RTP1, estreava Zé Gato. Era uma série policial à portuguesa com um orçamento muito reduzido que seguia Orlando Costa no papel da personagem que lhe dá nome, um polícia incorruptível, pouco dado a seguir as regras para levar a sua avante, o que não agradava ao seu sisudo chefe, interpretado por António Assunção.
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Em Dezembro de 1979, a RTP2, que começou nesse ano a ter programação própria e a não ser só retransmissora dos conteúdos da RTP1, estreava Zé Gato. Era uma série policial à portuguesa com um orçamento muito reduzido que seguia Orlando Costa no papel da personagem que lhe dá nome, um polícia incorruptível, pouco dado a seguir as regras para levar a sua avante, o que não agradava ao seu sisudo chefe, interpretado por António Assunção.
Os 13 episódios da série, passada na Lisboa do final dos anos 1970 e início dos anos 1980, estão desde esta terça-feira disponíveis na RTP Arquivos, com uma qualidade bem melhor do que as cópias piratas que existem no YouTube. Além de Orlando Costa e António Assunção, o elenco incluía nomes como os já desaparecidos Canto e Castro e Luís Lello.
“A cidade é para fazer dinheiro e se tu és um tipo inteiro vais passar um mau bocado, vais ver o que custa não ser ouvido no meio de tanto homem vendido em silêncio comprado. Quem és tu, Zé Gato?”, cantava Pedro Brito, irmão de Tozé, que escreveu a música, no genérico da série, que tinha letra de Jorge Palma. A canção demonstrava o espírito sério e cínico da série, que era algo triste e se centrava num homem íntegro como poucos e um pouco cínico.
Co-criada pelo escritor Dinis Machado, autor de O Que Diz Molero e de alguns policiais sob o pseudónimo Dennis McShade, e o argumentista João Miguel Paulino, esta produção de Centro Português de Cinema era realizada por Rogério Ceitil, com influências do mundo dos policiais (e não só) televisivos e cinematográficos norte-americanos. Até assumidas: no primeiro episódio, por exemplo, pode ver-se um poster de Taxi Driver, de Martin Scorsese, no quarto do protagonista.
Ceitil viria a ser, cinco anos depois, com João Miguel Paulino mas já sem Dinis Machado, responsável por Duarte & C.ª, que tinha um tom bem mais cómico e absurdo, a condizer melhor com os constrangimentos da produção. Partilhava algum do elenco: António Assunção era um dos protagonistas, fazendo parelha com Rui Mendes, que tinha aparecido no episódio final, em duas partes, de Zé Gato, que nem sequer registou a presença de Orlando Costa.