Paulo do Carmo eleito presidente da Quercus com 79% dos votos
O clima de guerra aberta que marcou a campanha para os órgãos sociais da Quercus continuava a sentir-se no dia da eleição, com a cabeça da Lista B, Marta Leandro, a acusar a direcção cessante de “falta de transparência”.
A associação ambientalista Quercus elegeu no sábado os órgãos sociais com a Lista A, integrada pelos actuais membros da direcção, a reunir 226 votos (79%) e a Lista B a conseguir 59 votos.
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A associação ambientalista Quercus elegeu no sábado os órgãos sociais com a Lista A, integrada pelos actuais membros da direcção, a reunir 226 votos (79%) e a Lista B a conseguir 59 votos.
Com esta eleição, o presidente da direcção cessante, João Branco, passa a assumir as funções de tesoureiro, enquanto o tesoureiro cessante, Paulo do Carmo, assume a presidência da associação ambientalista.
Numa primeira declaração após o fecho dos resultados, o novo presidente afirmou que quer “unir os sócios e trabalhar com uma visão de futuro” e “fortalecer a relação da Quercus com a sociedade”.
“Projectar a Quercus na sociedade é projectar a maior associação nacional de defesa do ambiente, conservação da natureza e o desejo de um país mais sustentável e amigo dos recursos naturais”, disse ainda Paulo do Carmo.
O clima de guerra aberta que marcou a campanha para os órgãos sociais da Quercus continuava a sentir-se no dia da eleição, com a cabeça da Lista B, Marta Leandro, a acusar a direcção cessante de “falta de transparência”.
Em declarações à Lusa, Marta Leandro considerou os 59 votos na Lista B como “um bom resultado” tendo em conta o curto período de tempo para se preparar e a falta de recursos.
“Tivemos apenas três semanas para nos prepararmos para estas eleições e com poucos recursos e meios”, referiu a candidata, acrescentando estar satisfeita com o resultado e com o facto de a sua lista ter “tentado alertar os associados” para aquilo que considera ser um “clima de falta de transparência”.
À Lusa, João Branco refutou as acusações da lista B classificando-as de “fait-divers”.
Da ordem de trabalhos desta assembleia geral constava ainda a apreciação e votação do relatório e contas da Quercus relativo ao exercício de 2018 e a apreciação do plano de actividades para 2019, mas estes dois pontos acabariam por ser retirados, ficando a sua apreciação e votação adiada para uma nova assembleia-geral, a realizar em breve.
Na base desta decisão esteve o argumento da Lista B de que ambos os documentos não tinham sido publicados no site da Quercus com a antecedência mínima que o regulamento da associação impõe - e que são 15 dias face à data de realização da assembleia geral.
“Os documentos estão disponíveis, mas para evitar impugnações da assembleia geral foi decidido fazer uma nova convocatória para os aprovar”, precisou João Branco.
Num comunicado emitido no final do processo eleitoral, a nova direcção da Quercus afirma que o resultado obtido foi “uma forte e inequívoca manifestação dos sócios da associação em relação ao projecto que querem ver implementado para o futuro e que melhor defende as políticas ambientais e de conservação da natureza”.
Paulo do Carmo tem 53 anos, é licenciado em Direito com especialização em Direito do Ambiente e tem tido um papel activo na associação há alguns anos, complementado o seu trabalho enquanto dirigente com a responsabilidade de coordenação do grupo de trabalho para a qualidade do ar e ruído.
Paulo do Carmo sucede, na presidência da direcção nacional da Quercus, a João Branco, que esteve no cargo dois mandatos, de Março de 2015 a Março de 2019.