Justiça francesa recolheu documentos de Rui Pinto e promete partilhá-los

As autoridades francesas, que já estavam a negociar a cópia do acervo de documentos encriptados do pirata informático português, não revelaram as razões deste pedido.

Foto
Rui Pinto chegou a Portugal na semana passada. Está preso preventivamente CMTV

Representantes da justiça francesa recolheram, em Budapeste, na Hungria, cópias dos documentos de Rui Pinto, o denunciante português da Football Leaks. Esta sexta-feira a revista alemã Der Spiegel e o Consórcio Europeu de Investigação (EIC) revelaram que esses documentos, a rondar os 26 terabytes (26 mil gigabytes) de informação, estavam nos computadores de Rui Pinto. O acesso foi negociado durante meses entre as autoridades francesas e húngaras.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Representantes da justiça francesa recolheram, em Budapeste, na Hungria, cópias dos documentos de Rui Pinto, o denunciante português da Football Leaks. Esta sexta-feira a revista alemã Der Spiegel e o Consórcio Europeu de Investigação (EIC) revelaram que esses documentos, a rondar os 26 terabytes (26 mil gigabytes) de informação, estavam nos computadores de Rui Pinto. O acesso foi negociado durante meses entre as autoridades francesas e húngaras.

Não se sabe por que é que França quer os documentos de Rui Pinto, mas as duas publicações dizem que as autoridades francesas receavam que os documentos fossem destruídos em Portugal, onde agora se encontra Rui Pinto, em prisão preventiva, depois de ter sido extraditado da Hungria. Mas sabem que França pretende colaborar, em primeiro lugar, com a justiça belga — que já tinha pedido o acesso aos documentos devido a investigações de fraude e lavagem de dinheiro no futebol — bem como, mais tarde, com outras entidades europeias e norte-americanas.

Rui Pinto, o denunciante do FootballLeaks, é acusado pela justiça portuguesa da prática de seis crimes: dois de acesso ilegítimo, dois de violação de segredo de justiça, um de ofensa a pessoa colectiva e outro de tentativa de extorsão. Os advogados de defesa do português vão recorrer desta decisão, invocando o estatuto de whistleblower, que também já foi considerado pelo próprio Rui Pinto.

Ana Gomes, a deputada europeia que tem apoiado Rui Pinto criticando o Benfica, já se manifestou sobre a recolha dos documentos por parte dos franceses e aproveitou para continuar a criticar o sistema judicial português.”Ora bem! Ora tomem os que queriam apoderar-se do acervo de Rui Pinto para o destruir”, disse. "Se os que instigaram a detenção do Rui Pinto por parte das autoridades portuguesas queriam ficar na posse dos seus ficheiros para destruir provas, foram ultrapassados pelas autoridades judiciais francesas. Bem feito!”, completou a socialista no Twitter.