Reconhecimento do filme A Portuguesa é incentivo a continuar, diz Rita Azevedo Gomes

O júri do 19.º Festival Internacional de Cinema de Las Palmas de Gran Canária, Espanha, entregou o prémio Lady Harimaguada de ouro ao filme A Portuguesa, de Rita Azevedo Gomes, foi este sábado anunciado.

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Rita Azevedo Gomes evr enric vives-rubio

 A realizadora Rita Azevedo Gomes disse hoje à Lusa que vencer o Festival Internacional de Cinema de Las Palmas de Gran Canaria, Espanha, com o filme A Portuguesa, “é animador” e constitui um incentivo a continuar.

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 A realizadora Rita Azevedo Gomes disse hoje à Lusa que vencer o Festival Internacional de Cinema de Las Palmas de Gran Canaria, Espanha, com o filme A Portuguesa, “é animador” e constitui um incentivo a continuar.

“Obviamente estou contente. É bom vermos o reconhecimento do que fazemos, mas, independentemente das vaidades, é sempre animador sentirmos que há reconhecimento e isso incentiva a continuar”, disse Rita Azevedo Gomes, em declarações à Lusa.

Para a realizadora, “é gratificante” receber este prémio, que distingue todos os que trabalharam na longa-metragem.

“É bom para todos nós, para toda a gente que trabalhou no filme. Não fui só eu [...]. Às vezes não é fácil estes filmes um bocadinho diferentes passarem e, se há esse reconhecimento, é porque, se calhar, vale a pena continuar”, sublinhou.

O júri da premiação destacou o “rigor, lucidez e sensibilidade da autora para fazer conviver o classicismo com a modernidade numa crónica histórica”, comentários que, de acordo com Rita Azevedo Gomes, correspondem às intenções da realização do filme.

“O filme tem essa intenção. É um filme de época, mas, ao mesmo tempo, actual e contemporâneo. Não fica só numa representação [...] convencional”, indicou. Rita Azevedo Gomes referiu ainda que o filme se distingue, sobretudo, pelos diálogos “extraordinários e surpreendentes” de Agustina Bessa-Luís e pelo elenco.

O filme A Portuguesa, estreado em Portugal em Fevereiro, conta com as participações de Clara Riedenstein, Marcello Urgeghe, Rita Durão, Pierre Léon, Luna Picoli-Truffaut, João Vicente, Adelaide Teixeira, Manuela de Freitas, Alexandre Alves Costa e Ingrid Caven.

A longa-metragem, que parte de uma novela de Robert Musil, trata da união entre uma portuguesa e o seu marido, Von Ketten, no século XVI, no norte da Itália, durante a disputa pelas forças do Episcopado de Trento.

O festival atribuiu o segundo lugar ao filme chinês The Fragile House, de Lin Zi, e uma menção especial ao filme Mother I am Suffocating. This is my Last Film about You, de Lemohang Jeremiah Moesse. Outro dos títulos distinguidos foi a produção francesa Gracias a Dios, de François Ozon, que deu aos protagonistas Melvil Poupaud, Denis Ménochet e Swann Arlaud o prémio ex aequo de melhor actor.

Por sua vez, o prémio de melhor actriz foi para Snezana Bogdanovich, pela sua interpretação em Stitches, de Miroslav Terzi, e para Zita Hanrot, pelo seu trabalho no filme francês Paul Sánchez est revenu, de Patrícia Mazury.

A longa-metragem Stitches também recebeu o Prémio do público. Na categoria curtas-metragens, o vencedor foi o trabalho de Emmanuel Marre, D'un Château l'autre. O júri decidiu ainda entregar uma menção especial a Blessed Land, do director Pham Ngoc Lan.