Garcia de Orta diz estar a tomar medidas para falta de médicos na urgência pediátrica

Dentro de uma semana será lançada "uma larga campanha de informação e sensibilização" dos pais de crianças até aos 12 anos, com a colaboração das autarquias e escolas dos concelhos de Almada e Seixal, para alertar para a necessidade de os centros de saúde serem a primeira resposta, e não a urgência.

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Fabio Teixeira

O Hospital Garcia de Orta, em Almada, afirmou nesta quinta-feira que estão a ser tomadas medidas para colmatar a falta de médicos na urgência pediátrica, como a contratação de dois especialistas e a colaboração de pediatras de outros hospitais.

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O Hospital Garcia de Orta, em Almada, afirmou nesta quinta-feira que estão a ser tomadas medidas para colmatar a falta de médicos na urgência pediátrica, como a contratação de dois especialistas e a colaboração de pediatras de outros hospitais.

A Ordem dos Médicos voltou nesta quinta-feira a alertar para o “cenário muito grave” da urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta (HGO), avisando que o serviço poderá encerrar alguns dias ou em alguns períodos do mês de Abril.

Em reacção a este alerta, o Conselho de Administração do hospital adianta, em comunicado, que “está a diligenciar medidas, com a direcção do Serviço de Pediatria, que permitirão colmatar a falta de médicos nos dias considerados mais críticos”.

Entre essas medidas estão propostas de contratações directas de dois novos especialistas, cuja concretização se espera poder ocorrer em Maio.

Através de um protocolo com o Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, foi cedida a colaboração de um pediatra, para “colaboração imediata” e “foi identificado um médico interno de pediatria do último ano, que iniciará funções dentro de poucos dias”, refere o hospital.

Também foi cedido, através de um protocolo celebrado com a Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo, “um especialista de Medicina Geral e Familiar, com larga experiência anterior na Urgência Pediátrica do HGO, decorrendo ainda conversações com outros médicos no mesmo sentido”.

Será também proposta a abertura de quatro vagas, no próximo concurso nacional, que se prevê que ocorra no prazo de três meses.

“O processo de recrutamento de mais médicos tem estado e continuará aberto, até que seja possível colmatar as saídas ou impedimentos actuais de vários médicos, por licenças, doenças ou outras causas. A substituição nestes impedimentos não tem sido possível face à ausência de médicos para contratar”, salienta.

Segundo o hospital, as três vagas atribuídas pelo Ministério da Saúde, no concurso recente, “infelizmente não foram ocupadas, apesar de se terem identificado alguns candidatos interessados e que posteriormente não aceitaram”.

O HGO espera que estas medidas, com o ajustamento da escala de Abril em alguns dias, permita colmatar a falta de médicos em quatro ou cinco dias particularmente críticos.

Camapanha para reduzir a afluência à urgência

Complementarmente estão previstas algumas medidas que, segundo o HGO, “podem contribuir, para reduzir a afluência à urgência pediátrica”, como o lançamento, dentro de uma semana, de “uma larga campanha de informação e sensibilização” dos pais de crianças até aos 12 anos, com a colaboração das autarquias e escolas dos concelhos de Almada e Seixal”.

“Esta campanha visa que os centros de saúde assegurem, em primeira linha, o atendimento da doença aguda pediátrica, uma vez que mais de 70% dos atendimentos na Urgência Pediátrica são situações de baixa prioridade e que não inspiram cuidados de maior”, adianta.

A Ordem dos Médicos lembra que apesar do alerta feito há dois meses e da “insistência” do Sindicato Independente dos Médicos, “a falta de pediatras no Hospital Garcia de Orta agravou-se”.

“Em Abril, a escala de urgência pediátrica pode deixar de estar assegurada pelo que o serviço corre o risco de ser encerrado alguns dias ou em alguns períodos”, denuncia a Ordem.