Negrão desafia primeiro-ministro a pronunciar-se sobre relações familiares no Governo
Líder da bancada do PSD defende que é uma questão de ética e que não é preciso legislar.
O líder da bancada do PSD considera que o primeiro-ministro “é o responsável” pelas relações familiares no Governo e desafia António Costa a dizer “uma palavra sobre o assunto”. Fernando Negrão falava aos jornalistas no final de uma reunião da bancada onde o tema foi discutido.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O líder da bancada do PSD considera que o primeiro-ministro “é o responsável” pelas relações familiares no Governo e desafia António Costa a dizer “uma palavra sobre o assunto”. Fernando Negrão falava aos jornalistas no final de uma reunião da bancada onde o tema foi discutido.
“O primeiro-ministro ainda não disse uma palavra e é preciso que diga”, afirmou Fernando Negrão, considerando que pode estar em causa o “regular funcionamento” das instituições democráticas. O líder da bancada social-democrata defendeu que António Costa não pode “desvalorizar” o assunto, depois de questionado sobre as declarações dadas ao PÚBLICO por uma fonte próxima de António Costa.
Interrogado pelos jornalistas sobre a posição assumida por Marcelo Rebelo de Sousa, que remeteu a decisão de dar posse ao Governo para o anterior Presidente da República, Fernando Negrão disse ter visto as declarações como um “episódio”. Sobre eventuais situações semelhantes no PSD, o líder da bancada social-democrata recordou as palavras de Cavaco Silva que disse não ter detectado quaisquer relações familiares nos seus governos. “Não quer dizer que não aconteça um ou outro caso mas não com esta dimensão”, afirmou.
Fernando Negrão rejeitou a possibilidade de avançar com iniciativas legislativas sobre a matéria: “Tenho dificuldade em legislar sobre ética, a ética é uma coisa que nos obriga a todos”.
Relativamente à questão das deslocações dos deputados, que está a ser estudada num grupo de trabalho, Fernando Negrão lamentou que a proposta do PSD para que os subsídios fossem fundidos num só e sujeito a tributação tenha sido rejeitada pelos outros partidos. O líder da bancada social-democrata admitiu que “mais cedo ou mais tarde” problemas “semelhantes” aos verificados com os reembolsos das viagens podem voltar a verificar-se.