OMS começa segunda-feira vacinação contra a cólera no centro de Moçambique
Já foram declarados cinco casos de cólera e já 2500 casos de diarreias. Sábado chegam 900 mil doses de vacinas, mas vão ser precisas mais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) vai promover uma campanha de vacinação contra a cólera no centro de Moçambique, destruída pelo ciclone Idai e onde já foram registados 2500 casos de diarreias.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) vai promover uma campanha de vacinação contra a cólera no centro de Moçambique, destruída pelo ciclone Idai e onde já foram registados 2500 casos de diarreias.
“O primeiro objectivo é evitar a propagação da cólera, que já tem cinco casos confirmados”, anunciou nesta quinta-feira em conferência de imprensa David Wichtwick, líder da equipa da OMS na cidade da Beira.
A campanha arranca na próxima segunda-feira e vai ser feita em nove centros de vacinação contra a cólera, cinco na cidade da Beira, dois no Dondo, um em Búzi e outro em Nhamatanda, os distritos mais afectados pelas cheias na província de Sofala.
“Temos 900 mil vacinas a chegar [no sábado] e isso vai fazer com que tenhamos, pelo menos, três doses para cada pessoa. Mas é muito provável que nos próximos meses tenhamos de reforçar essas doses para evitar a propagação”, afirmou Wichtwick.
O chefe da equipa da OMS admitiu que existam ainda muitas comunidades que precisam de assistência, considerando que é preciso tempo para chegar a todas as áreas devastadas pelo Idai.
“Não estamos satisfeitos com o que foi possível fazer até agora, estamos conscientes de que precisamos de fazer mais e acreditamos que é possível chegar a mais lugares onde as pessoas precisam de ser assistidas”.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabwe e no Malawi fez pelo menos 786 mortos e afectou 2,9 milhões de pessoas, segundo dados das agências das Nações Unidas.
Moçambique foi o país onde o Idai provocou maior destrição, havendo até ao momento 468 mortos e 1522 feridos, segundo o Governo de Maputo, que diz ainda que mais de 135 mil pessoas estão em centros de acolhimento, sobretudo na região da Beira.