Contrato de exploração de lítio em Montalegre foi assinado hoje

O contrato de exploração de lítio em Montalegre foi assinado hoje entre o Estado português e a empresa Lusorecursos, disse à agência Lusa fonte do Ministério do Ambiente e da Transição Energética.

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Adriano Miranda

O contrato para a atribuição de exploração de depósitos minerais de lítio e minerais associados no concelho de Montalegre foi assinado pela Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), em representação do Estado português, e a Lusorecursos.

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O contrato para a atribuição de exploração de depósitos minerais de lítio e minerais associados no concelho de Montalegre foi assinado pela Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), em representação do Estado português, e a Lusorecursos.

A empresa desenvolveu um plano de negócios para implementar na freguesia de Morgade, no distrito de Vila Real, onde se prepara para avançar com a exploração de lítio, prevê investir cerca de 500 milhões de euros e criar à volta de 500 postos de trabalho.

O presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, afirmou à Lusa que lhe agrada que tenha sido “assinado o contrato de exploração”.

“Penso que é um investimento âncora para o concelho, para a região e também para toda a zona Norte. Pode ser, e espero que assim seja, um projecto âncora que traga desenvolvimento, que traga emprego, que traga emprego qualificado e ajude a fixar as pessoas à terra e que tudo se faça no absoluto respeito pela preservação da paisagem e do ambiente”, frisou.

O autarca disse que esta tomada de posição já tinha sido apresentada, em sede própria, quando a Câmara de Montalegre foi confrontada com um pedido de parecer da DGEG.

O director executivo (CEO) da Lusorecursos, Ricardo Pinheiro, já apontou 2020 como o ano em que se prevê que a exploração deverá arrancar para depois, em 2022, começar a ser entregue o hidróxido de lítio aos clientes.

Em entrevista à Lusa no início do mês, o responsável referiu que a estratégia empresarial para aquele território passa pela exploração, a transformação e o aproveitamento e valorização dos produtos secundários resultantes da exploração mineira.

Segundo a Lusorecursos, na área investigada em Sepeda, as prospecções apontam para um depósito de “30 milhões de toneladas” de lítio. No entanto, a área de concessão é muito superior à investigada.

A unidade industrial a implementar estará separada em duas fases, sendo que na primeira, no designado concentrador, será feita a separação dos vários minerais que vão sair da exploração. Depois, numa fase seguinte, na refinaria, será processado o hidróxido de lítio a utilizar nas baterias eléctricas.

A restante matéria-prima, como o feldspato, caulino ou outras argilas, irá alimentar uma fábrica de cerâmica, onde serão produzidas “placas de grande dimensão” que poderão ser usadas em revestimentos ou pavimentos.

O projecto de exploração mineira de Sepeda prevê ainda a construção de 10 quilómetros de passadiços que irão atravessar a área concessionada e mostrar aos turistas como se extrai e transforma o lítio.

A procura mundial pelo lítio, usado na produção de baterias para automóveis e placas utilizadas no fabrico de electrodomésticos, está a aumentar e Portugal é reconhecido como um dos países com reservas suficientes para uma exploração comercial economicamente viável.