Terrenos da antiga Pedreira dos Húngaros vão a leilão por 14 milhões
Câmara de Oeiras justifica a venda neste momento por haver muita procura de habitação, "particularmente para standards superiores”.
Os terrenos onde em tempos existiu a Pedreira dos Húngaros vão ser leiloados esta quinta-feira. A câmara de Oeiras agendou uma hasta pública para vender seis lotes, com mais de 14 mil metros quadrados, por pelo menos 14 milhões de euros. No futuro, a zona será ocupada por prédios de habitação.
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Os terrenos onde em tempos existiu a Pedreira dos Húngaros vão ser leiloados esta quinta-feira. A câmara de Oeiras agendou uma hasta pública para vender seis lotes, com mais de 14 mil metros quadrados, por pelo menos 14 milhões de euros. No futuro, a zona será ocupada por prédios de habitação.
Trata-se de uma vasta área entre Linda-a-Velha e Miraflores que hoje está sobretudo ocupada por vegetação mais ou menos selvagem, mas que até ao fim do século passado albergou um dos maiores bairros de lata da Grande Lisboa. As barracas da Pedreira dos Húngaros foram abaixo e os seus moradores realojados, para os terrenos é que não houve até agora uma solução.
Na hasta pública vão estar à venda seis lotes que já têm algumas infra-estruturas básicas, como iluminação pública e rede de água, cabendo ao futuro dono terminar as obras de urbanização e, depois, construir os prédios. Para estes terrenos, o Plano de Pormenor do Almarjão prevê edifícios com 10 a 12 andares, cada um com 24 a 28 fogos. Ao todo, a câmara de Oeiras quer que aqui surjam 152 casas.
“Actualmente, a procura de habitação na Área Metropolitana de Lisboa, e no concelho de Oeiras em particular, é em muito superior à oferta, particularmente para standards superiores”, lê-se numa informação técnica da autarquia que serviu de base à proposta de hasta pública. “A colocação dos lotes municipais (152 fogos, com localização e acessibilidade privilegiadas) no mercado, contribuirá para acomodar alguma desta procura a curto-médio prazo”, justifica-se.
A mesma informação diz também que este é um bom momento para o leilão, pois “o aumento da procura e a falta de resposta do mercado está a traduzir-se numa acentuada subida dos valores de venda do imobiliário, o que poderá ser uma oportunidade económica para a rentabilização do património municipal”.
Na proposta que levou à câmara (e que foi aprovada por unanimidade em Dezembro), o vereador Nuno Neto, com o pelouro do Património, escreveu que “no passado houve hastas públicas que ficaram desertas, mas entretanto surgiram junto da Câmara Municipal de Oeiras potenciais interessados no projecto para o local”. Questionada pelo PÚBLICO, fonte oficial da autarquia esclarece, no entanto, que “não foi formalizada qualquer manifestação de interesse nos últimos anos”.
Com uma área total de 14.363 metros quadrados e autorização para construir 64.909 metros quadrados, os lotes vão à praça por 14 milhões, o que dá um preço de 974,70 euros/metro quadrado. É provável que o valor final de venda seja bastante superior à base de licitação, embora a mesma fonte da autarquia não arrisque prognósticos e se limite a dizer que “a receita esperada é, no mínimo, de 14, 1 milhões”, pois cada lanço é, no mínimo, de 100 mil euros.
O Plano de Pormenor do Almarjão, desenhado em 1994 para definir o futuro de toda a área onde existiu a Pedreira dos Húngaros, está já parcialmente construído. Foram feitos vários prédios de habitação e comércio, um grande parque urbano e uma estrada que liga, através de um viaduto, Linda-a-Velha ao alto de Algés. Junto a essa estrada está neste momento a nascer um empreendimento de quatro edifícios com nove pisos e 100 apartamentos, promovido por uma imobiliária espanhola, com preços a variar entre os 240 mil e os 630 mil euros.
É para cima da estrada, até junto da Escola Secundária de Linda-a-Velha, que ficam os terrenos que vão a leilão. Para ali ainda está previsto, embora não esteja à venda o lote correspondente, um edifício com 18 pisos, que deverá ter 56 fogos.
Apesar do voto unânime dos vereadores, a proposta não foi tão consensual na assembleia municipal, onde PS, CDU e BE votaram contra.
A câmara de Oeiras estima que dentro de três ou quatro anos estejam concluídas as primeiras construções nestes terrenos.