Lançada petição para passes a 40 euros entre Oeste e Lisboa
Os utentes dos 12 concelhos que compõe a região Oeste estão insatisfeitos com o facto de a nova medida não abranger a região, que fica sensivelmente a uma hora da capital lisboeta.
Quase 900 pessoas subscreveram já uma petição na Internet que exige que os utentes de transportes públicos que viajam dos concelhos da região Oeste, do distrito de Lisboa, para a capital sejam abrangidos pelo passe de 40 euros.
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Quase 900 pessoas subscreveram já uma petição na Internet que exige que os utentes de transportes públicos que viajam dos concelhos da região Oeste, do distrito de Lisboa, para a capital sejam abrangidos pelo passe de 40 euros.
“Não será correcto que as pessoas que estão na Área Metropolitana de Lisboa (AML) sejam beneficiadas e aquelas que não estão na AML, mas vão para Lisboa, sejam prejudicadas”, lê-se na petição online.
Os subscritores recordam que, dentro do distrito de Lisboa, um residente de Arruda dos Vinhos, a 35 quilómetros e 40 minutos da capital, paga 138,50 euros por um passe mensal combinado para Lisboa (autocarro/ metro/ carris).
De Alenquer ou Sobral de Monte Agraço, a 45 quilómetros ou a 45 minutos de Lisboa, o mesmo passe custa 160,70 euros.
O passe sobe para 165 euros, de Torres Vedras (a 45 minutos ou a 50 quilómetros de Lisboa), e para 183,50 da Lourinhã (uma hora ou 70 quilómetros de Lisboa).
A Área Metropolitana de Lisboa admite chegar a acordo com concelhos de Comunidades Intermunicipais vizinhas, para que os cidadãos destes municípios que se desloquem para Lisboa também tenham apoios nos passes sociais.
“Nós, do ponto de vista de princípio, estamos de acordo que é preciso conversarmos para ver se é possível encontrar uma solução, mas com uma condição clara: É que nós não temos essa competência, não a podemos exercer e, por outro lado, não sendo cidadãos metropolitanos, temos de ver até onde podemos ir do ponto de vista financeiro”, disse Carlos Humberto, primeiro-secretário do conselho metropolitano da AML, em 21 de Março.
Já o presidente da Comunidade Intermunicipal do Oeste, Pedro Folgado, disse esta quarta-feira que a OesteCim “ainda não chegou a acordo” com a AML e admitiu que existe um problema orçamental para os passes entre Lisboa e concelhos deste distrito, mas fora da AML.
A OesteCim tinha decidido dar um desconto de 30% para esses passes inter-regionais. Por exemplo, de Torres Vedras, de onde saem todos os dias mais utentes, o passe, que custa 165 euros, baixaria para 115 euros, ainda assim muito acima dos 40 euros.
“Se o princípio é a descarbonização e se o Governo e Lisboa não querem carros dentro da capital têm de equacionar esta questão de outra maneira”, apontou o autarca, que espera que a AML e o Governo possam “ajudar” a financiar nesse sentido.
Pedro Folgado reconheceu tratarem-se de “financiamentos elevados”, se esses passes forem financiados com orçamento das câmaras municipais, que ainda não tomaram qualquer decisão.
A OesteCim vai alocar 1,4 milhões de euros para Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos, beneficiando com descontos cerca de 5.000 portadores de passes rodoviários a partir de Abril.
“Se a procura pelos transportes públicos disparar”, Pedro Folgado admitiu que não existem verbas suficientes para financiar os novos passes.
O passe dentro de cada concelho passa a ter um custo de 30 euros, enquanto o passe intermunicipal, dentro da região Oeste, vai custar até 40 euros.
A região Oeste é composta pelos concelhos de Alcobaça, Bombarral, Caldas da Rainha, Nazaré, Óbidos, Peniche, do distrito de Leiria, e por Alenquer, Arruda dos Vinhos, Cadaval, Lourinhã, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras, do distrito de Lisboa.