Há menos famílias a arrendar casas, confirma INE
O valor mediano dos novos contratos de arrendamento fixou-se em 4,80 euros o metro quadrado. Há 33 municípios a ultrapassar este valor de referência. O mais alto é Lisboa, onde o metro quadrado de uma casa alugada chega a custar 11, 16 euros.
O número de novos contratos de arrendamento caiu quase 8% no segundo semestre de 2018, quando comparado em termos homólogos com 2017, divulgou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O número de novos contratos de arrendamento caiu quase 8% no segundo semestre de 2018, quando comparado em termos homólogos com 2017, divulgou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
No segundo boletim da série em que faz as estatísticas de rendas da habitação ao nível local, o INE demonstra no 2.º semestre de 2018 que o valor mediano das rendas de alojamentos familiares em novos contratos de arrendamento no país subiu 9,3%, fixando-se em 4,80 euros por metro quadrado. E que apenas 33 municípios é que apresentaram medianas de rendas superiores ao referencial nacional.
De acordo com o INE, foram celebrados 77.723 novos contratos de arrendamento em Portugal no segundo semestre de 2018, o que representa um decréscimo de 7,9% face ao mesmo período do ano anterior. Há menos famílias a arrendar casas, dando corpo estatístico aos alertas que os agentes de mediação imobiliária têm feito acerca da falta de oferta. Por outro lado, os contratos de credito à habitação também têm vindo a aumentar.
Nas Estatísticas de Rendas da Habitação ao nível local, o INE toma como referência a mediana, isto é, o valor que separa em duas partes iguais o conjunto ordenado das rendas por metro quadrado, celebrados no período em análise (neste caso, desde o 2.º semestre de 2017 até ao 2.º semestre de 2018). Estas estatísticas permitem perceber que nos últimos 12 meses as rendas subiram em todas as freguesias de Lisboa e Porto.
O município de Lisboa apresentou o valor da renda mais elevado do país (11,16 €/m2), e com valores iguais ou superiores a 7 €/m2 destacavam-se também Cascais (9,71 €/m2), Oeiras (9,38 €/m2), Porto (7,85 €/m2), Amadora (7,19 €/m2) e Almada (7,00 €/m2). Os valores de arrendamento aumentaram em todas as freguesias da capital, com maior destaque para a freguesia de Santo António (onde se insere a Avenida da Liberdade), em que as rendas dispararam 27%, a maior subida homóloga registada pelo INE. O preço mediano da renda atingiu nesta zona os 14,10 euros por metro quadrado, pelo que é a freguesia com os valores mais altos.
No Porto, a união das freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde registou o valor mediano mais elevado, atingindo os 8,86 €/m2, desenhando um aumento de 22,5% em termos homólogos. Mas foi na freguesia do Bonfim que as rendas mais dispararam, em termos homólogos, aumentando 24,4%, fixando-se agora nos 8,11 euros por metro quadrado. Valores ainda assim muito distantes dos registados na união das freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória, em que os aumentos foram de 20,8% e onde o valor mediano da renda por metro quadrado é de 8,43€/m2. Nas freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos, o valor mediano por metro quadrado aumentou 16,9%, ficando nos 8,49 €/m2.
Os novos contratos de arrendamento nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto representaram, em conjunto, cerca de 51% do número total de novos contratos do país e no Algarve 5,7%. Só na área metropolitana de Lisboa concentraram-se cerca de um terço dos novos contratos de arrendamento (25.916 contratos).