Integração do Gil Vicente causará problemas? Advogado do clube discorda
Presidente do Vitória de Guimarães, Júlio Mendes, afirmou que regresso do clube barcelense à I Liga "não será pacífico". Pedro Macieirinha garante ao PÚBLICO não temer um retrocesso do entendimento com os restantes clubes, revelando que acordo de indemnização com federação ainda está longe de acontecer.
O presidente do Vitória de Guimarães, Júlio Mendes, avisou que o regresso do Gil Vicente ao escalão principal “não será pacífico”. Despromovido à II Liga na época 2005/06, por alegada irregularidade na utilização de Mateus, actualmente jogador do Boavista, a equipa minhota tem a integração prometida desde 2016, mas o dirigente vimaranense adverte para o desconforto dos clubes em zona de despromoção. Na presente temporada, para acomodar o regresso do clube barcelense, serão três os emblemas que passarão para a segunda divisão.
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O presidente do Vitória de Guimarães, Júlio Mendes, avisou que o regresso do Gil Vicente ao escalão principal “não será pacífico”. Despromovido à II Liga na época 2005/06, por alegada irregularidade na utilização de Mateus, actualmente jogador do Boavista, a equipa minhota tem a integração prometida desde 2016, mas o dirigente vimaranense adverte para o desconforto dos clubes em zona de despromoção. Na presente temporada, para acomodar o regresso do clube barcelense, serão três os emblemas que passarão para a segunda divisão.
“Parece-me que o assunto não será pacífico. A integração do Gil Vicente implica que, nesta época, haja mais um clube a descer. No futebol, vive-se muito do momento e isso leva a que os presidentes de alguns clubes defendam os seus interesses de maneira diferente do passado”, alertou, na manhã desta quarta-feira, em Guimarães.
O Gil Vicente disputa actualmente o Campeonato de Portugal, depois da decisão dos clubes de adiar a subida do clube barcelense já em 2018-19. Apesar de compreender o sofrimento dos emblemas que lutam contra a despromoção, Pedro Macieirinha, advogado do Gil Vicente, aponta para os regulamentos competitivos, garantindo não temer uma mudança na decisão de reintegrar o clube na temporada que terá início em Agosto.
“Não temo porque os quadros competitivos apenas podem ser alterados até 31 de Janeiro. O argumento foi exactamente esse o ano passado, em que se decidiu que o Gil Vicente teria de esperar mais um ano. Não podem, a oito jornadas do fim, dizer que só descem dois clubes. Foram esses mesmos clubes que votaram favoravelmente o ano passado”, explicou Macieirinha.
Apesar de não referir valores, o advogado confidencia ao PÚBLICO que o montante de indemnização proposto pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ainda se encontra muito longe do pretendido pelo emblema minhoto: “Cada vez que conversamos temos dado um passo em frente, mas ainda estamos muito afastados a nível de valores. Estes ‘barulhos’ acabam sempre por impedir que as coisas aconteçam.”
Clube assinou acordo para salvaguardar integração
Uma das histórias que marcou esta quarta-feira prendeu-se com a revelação do jornal Record de que um acordo entre a Liga, o Belenenses e o Gil Vicente, assinado no mesmo dia em que foi celebrado o memorando de entendimento entre as três partes, que ditou a integração do clube minhoto na I Liga. A diferença entre os dois documentos prende-se com as cláusulas. No memorando ficava claro que a reintegração apenas seria feita caso a federação pagasse a indemnização aos barcelenses. No acordo, porém, ficou combinado que a subida imediata do Gil Vicente não estaria dependente do acordo com a FPF, podendo os gilistas competir no escalão máximo sem terem acordado a respectiva indemnização. A federação apenas recebeu o primeiro acordo.
“Historicamente foi assim com o Boavista, que foi integrado primeiro e depois decidida a indemnização. Criou-se uma plataforma para se fazer um entendimento com a FPF. Não obrigava o Gil Vicente a aceitar qualquer indemnização que a federação quisesse atribuir, sob pena de o clube não subir”, explicou o advogado dos gilistas.
Pedro Macieirinha garante ainda que, ao contrário do que tinha sido escrito, este acordo “não foi uma forma de pressionar a FPF”, mas sim de “salvaguardar os interesses maiores do clube”.